O Domingo
10 de agosto – 19º DOMINGO DO TEMPO COMUM

VIGILÂNCIA ATIVA

O Evangelho deste domingo lem­bra qual deve ser a atitude dos cris­tãos diante da fugacidade da riqueza e dos bens temporais. Inicia-se com uma exortação para que o “pequeno rebanho” não se amedronte diante dos desafios, pois o Pai lhe oferece o Reino. O Reino de Deus é o sonho de Jesus de uma sociedade justa e solidária, onde todos possam viver com a dignidade de filhos e filhas e como irmãos e irmãs, na fraternidade.

Dar esmola é mais do que oferecer moedinhas a algum pedinte, a fim de tranquilizar a consciência. Em sua ori­gem grega, a palavra “esmola” tem o mesmo sentido de “compaixão”; portan­to, dar esmola é ter compaixão (sentir a dor) do pedinte, é partilhar o que se é e tem. “Vender e dar esmola” é a atitude de quem se abre às necessidades dos ir­mãos, em vez de se fechar em si mesmo, confiando nas próprias riquezas.

A seguir, por meio de pequenas pa­rábolas, o evangelista apresenta o te­ma da vigilância ativa e aberta ao futu­ro imprevisível, na espera do Senhor, o qual pode chegar a qualquer momento. A vigilância não conduz à acomoda­ção, à espera passiva, nem é sintoma de uma imagem negativa de Deus, como alguém que pune e castiga.

Estar com os “rins cingidos” significa estar preparados para servir. As “lâmpa­das acesas” iluminam o caminho por onde transitamos: trazem luz à “escu­ridão da vida”. O apelo é para estarmos acordados a fim de abrir a porta a quem chega; ou seja, estarmos prontos para as surpresas de Deus, que nos convida a sair de nós mesmos e nos movermos em direção aos outros.

A parábola do dono da casa é insis­tente convite à vigilância. Quem está vigilante percebe a presença de Deus na própria vida. Ele pode chegar a qualquer hora, nas visitas habituais e na definitiva.

Diante da dúvida de Pedro, Jesus es­clarece que as parábolas contadas são apelo à vigilância dirigido a todos, mas especialmente a quem tem responsabi­lidade na comunidade ou na sociedade. A função da autoridade é servir. Servi­ço que começa pelo atendimento das necessidades básicas, como o alimento cotidiano na hora certa, de modo que todos tenham vida e dignidade.

Pe. Nilo Luza, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

Assinar