JESUS SACIA A SEDE DA HUMANIDADE
Cansado da viagem, Jesus detém-se à beira do poço. Ao chegar uma mulher para buscar água, o Mestre pede que ela lhe dê de beber. Assim, junto ao poço de Jacó, ocorre um diálogo entre Jesus e a Samaritana. Esse diálogo gira em torno da água, do conflito entre judeus e samaritanos, dos maridos da mulher, da adoração a Deus e da verdadeira fonte de água viva.
A conversa se inicia por uma necessidade física: a sede. Jesus pede água, e a mulher se admira que um judeu dirija tal pedido a uma samaritana. Aos poucos, além do sentido natural, Jesus vai agregando à água um sentido mais profundo.
O conflito entre judeus e samaritanos era antigo. Vinha dos tempos em que os samaritanos adotaram as divindades introduzidas pelos povos estrangeiros.
O diálogo continua, agora entrando no âmbito da família da samaritana: seus cinco maridos. Segundo os estudiosos, trata-se de uma referência ao número de divindades cultuadas pelos habitantes da Samaria.
Na sequência, surge a questão do lugar onde adorar a Deus. Os judeus adoravam no templo de Jerusalém; os samaritanos, no templo de Garizim. Jesus esclarece que a adoração agradável a Deus não se limita a templos ou lugares predeterminados, mas nasce do interior do ser humano ao longo da vida: “Os verdadeiros adoradores adoram o Pai em espírito e verdade”.
Da água que sacia a sede física chega-se à água viva que sacia a sede da humanidade: Jesus Cristo. Nesse episódio do Evangelho de João, constata-se forte apelo à superação dos preconceitos étnicos, religiosos, culturais e de gênero.
O diálogo chega ao auge quando a samaritana larga o balde e vai anunciar aos seus conterrâneos que encontrou o Cristo. Ela já não tem necessidade da água do poço de Jacó (no contexto, símbolo da Lei mosaica), pois descobriu a verdadeira fonte que sacia a sede profunda do ser humano: Jesus de Nazaré. Torna-se, assim, a primeira missionária entre os samaritanos.
Pe. Nilo Luza, ssp
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