ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO
Diante dele todo joelho se dobre. Toda reverência seja dada a ele, o Senhor dos senhores, o Rei dos reis, o Todo-Poderoso, o Santíssimo! Mas é importante atentar para que a brancura da hóstia, a cor dourada do ostensório, a fumaça do incenso e todas as pompas não amenizem nem escondam a verdade sobre o Deus que desceu das alturas, inclinou-se sobre o chão da vida, tornou-se um de nós, amou os indesejados, fez o bem por onde passou, sorriu para os infelizes, colocou no centro os pobres, os doentes, os abandonados, os pecadores, foi condenado à morte mais infame. Esvaziou-se até a última gota de vida por amor, sem esperar nada em troca. E, para a surpresa dos arrogantes do mundo, perdoou aos que o agrediam: “Eles não sabem o que fazem”. Jesus, o Cristo, tudo fez por fidelidade ao projeto do Pai.
O “tão sublime sacramento” que ecoa de nossa voz seja fruto de uma experiência profunda com o Cristo vivo na história. Ele é o “sim” de Deus aos pobres do mundo que sobrevivem todo dia à tribulação dos sofrimentos impostos. Ele é o Pão que sacia todas as fomes. Despedaçando-se sobre o altar, dá a todos a possibilidade de participar do banquete da vida, de experimentar as finas iguarias, os pratos mais substanciosos e a bebida que sacia toda sede.
Nosso olhar e nossos sentimentos, todo o nosso ser se voltem para o Senhor. “Ele está no meio de nós”, repetimos numa só voz. Fazemos-lhe vênia, fechamos os olhos, estendemos nossas mãos e dirigimos-lhe preces sentidas e esperançosas. Com ele a última palavra, portanto, não é a morte. A vida é o que conta. Por isso, toda a nossa vida é uma “ação de graças”.
A eucaristia da qual participamos é a antecipação do reino definitivo, plenitude do culto divino. Nesta ação de graças por excelência o “já” e o “ainda não” se fazem sentir em nossa existência passageira, que se plenifica em Deus. Desse modo, o rito que celebramos não é mera formalidade. Ele nos leva ao calvário com o Senhor, somos crucificados, descemos à tumba e somos ressuscitados com ele. É o mistério que nos envolve. O que parecia terminar na cruz, na verdade era o começo. O Pai ressuscitou Jesus e com ele também nós.
Portanto, por onde formos, levamos o Santíssimo dentro de nós. Somos, pois, hóstias vivas pelo mundo, anunciando o reino de Deus e fazendo brilhar a sua glória. Sua glória é o homem, a mulher e toda a natureza vivas e vibrantes, saudáveis. O Espírito Santo nos ilumine no caminho.
Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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