Eis o mistério da fé!
Hoje celebramos a instituição da eucaristia. Jesus reúne-se com seus discípulos e lhes dá o mandato de fazer a mesma coisa que ele, em sua memória. Para a eucaristia, Jesus não escolheu elementos distantes da vida das pessoas do tempo em que viveu. A partilha do pão e do vinho tornava-se presença do amor infinito de Deus na vida da Igreja.
Por isso, desde aquela ceia de Jesus, a qual prefigurou a doação de seu corpo e sangue na cruz, a Igreja celebra a eucaristia e entende que toda a sua ação se desenvolve em torno desse mistério de amor. Na quinta-feira santa de 2003, são João Paulo II escreveu uma carta encíclica que começa assim: “A Igreja vive da eucaristia. Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja”. Na eucaristia a comunidade experimenta de modo especial uma verdade fundamental: Jesus está no meio de nós e nos alimenta.
É isso que nos lembramos de modo festivo neste dia; é isso que lembramos em cada missa. Acreditamos na força infinita que jorra do gesto e do mandamento de Jesus de partir o pão em seu nome. As celebrações realizadas em nossas comunidades que não têm padre de alguma forma estão também unidas a esse mistério. Tal união se dá de modo bastante evidente quando, ao final da celebração da Palavra, se distribui o corpo de Cristo consagrado em uma missa. Mas também quando não há distribuição do corpo do Senhor, em nossas celebrações participamos da graça eucarística, pois toda celebração eucarística é realizada em favor de toda a Igreja, de todo o povo de Deus reunido.
Celebramos hoje o mistério mais importante da nossa fé. Mistério porque ficamos como que espantados, admirados: Jesus, sendo Deus, está entre nós em um pedaço de pão, em um pouco de vinho. Espantados porque ele nos ama tanto e nem sempre conseguimos amar como ele nos pediu. Sendo assim, durante estes dias desta Semana Santa, agradeçamos a Jesus porque ele está conosco. Ele quis ficar junto conosco de modo ao mesmo tempo tão simples e tão sublime no pão abençoado e partilhado. E cada vez que recebermos o corpo de Cristo, peçamos a Jesus que ele viva em nós, que nos transforme, de sorte que possamos participar do seu amor, que é servir o irmão, lavar os seus pés.
Pe. Claudiano Avelino dos Santos, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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