AS SAGRADAS ESCRITURAS
Setembro é o mês em que a Igreja comemora o nascimento para a vida eterna do seu valoroso filho, o sábio padre e doutor da Igreja são Jerônimo. Ele foi encarregado de traduzir toda a Bíblia, que estava em grego, para o latim – a língua comum do povo por volta do quarto século. Por isso mesmo, essa tradução ficou conhecida como a “vulgata”.
Traduzir a Bíblia para a linguagem comum do povo é, sem dúvida, grandíssimo feito. Aproxima os textos do fiel cristão. Entretanto, precisamos de um passo a mais: temos de traduzi-la pelo testemunho, pela nossa vida. Por isso, servem-nos muito as palavras que são Paulo dirigiu ao seu caríssimo discípulo e colaborador Timóteo: “Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras; elas têm o poder de te comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para argumentar, para corrigir e para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e qualificado para toda a boa obra” (2Tm 3,15-17).
A Igreja reconhece na Sagrada Escritura a imutabilidade de sua doutrina; a validade e a autenticidade permanente da Palavra de Deus; sua fecundidade espiritual inesgotável; a fonte inspiradora, pelo sopro do Espírito Santo, para toda situação humana; e, principalmente, o excelente alimento espiritual.
Em sua constituição dogmática Dei Verbum, o Concílio Vaticano II nos ensina e exorta: “A Igreja sempre venerou as divinas Escrituras, da mesma forma como o próprio Corpo do Senhor, já que, principalmente na Sagrada Liturgia, sem cessar toma da mesa tanto da Palavra de Deus quanto do Corpo do Cristo, o pão da vida, e o distribui aos fiéis. Sempre as teve e tem, juntamente com a Tradição, como suprema regra de sua fé, porque, inspiradas por Deus e consignadas por escrito de uma vez para sempre, comunicam imutavelmente a Palavra do próprio Deus e fazem ressoar através das palavras dos Profetas e Apóstolos a voz do Espírito Santo. (…) Nos livros sagrados, com efeito, o Pai que está nos céus vem carinhosamente ao encontro de seus filhos e com eles fala. E é tão grande o poder e a eficácia que se encerra na Palavra de Deus, que ela constitui sustentáculo da fé, alimento da alma, pura e perene fonte da vida espiritual” (DV 21).
Escutar a Palavra de Deus não é suficiente; é preciso meditar e assimilar o que ela está nos transmitindo.
D. Orani João Tempesta, O. Cist.
Cardeal Arcebispo de São Sebastião do RJ

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
Assinar