O Domingo – Palavra
30 de agosto: 22º Domingo do Tempo Comum

DESCOMPLICAR A VIDA

No relato do evangelho de hoje, fica evidente que o seguidor de Jesus não complica a vida. Ao contrário, procura vivê-la em profundidade, sem a necessidade de se enrolar em falsos preceitos, inventados unicamente para satisfazer formalidades vazias. O seguidor de Jesus vai ao essencial, naquilo que toca a existência e a enche de significado.

Na época de Jesus havia um tipo de tradição rígida, encabeçada por um grupo chamado fariseu, especialista em exigir dos outros o cumprimento de 613 preceitos. Com tanta lei assim, a vida ficava impossível de ser sentida. A liberdade com a qual Deus dotou o ser humano tornava-se refém de um emaranhado de práticas vazias. Conhecer toda essa gama de leis deveria ser bem difícil. Mais difícil ainda seria pô-las em prática.

Jesus enfrentou e combateu esse tipo de escravidão com determinação. Ele jamais se esquivou de aliviar os fardos que pesavam sobre os ombros dos inocentes: “Venham a mim, todos vocês que andam cansados e curvados pelo peso do fardo, e eu lhes darei descanso” (Mt 11,28).

Evidentemente a vida, no âmbito social ou religioso, exige o mínimo de regulamento. Isso, no entanto, é para facilitar a convivência e tornar a existência mais leve. Para a comunidade cristã, a leveza consiste na vivência do amor. Jesus é o modelo perfeito disso. Ele foi fiel por toda a vida e por onde passou fez o bem. E no ápice da entrega amorosa na cruz, na fidelidade ao projeto do Pai, não desanimou, confiou: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46).

O amor é exigente. Mas ele não pesa como os preceitos vazios. O amor alivia. Não se trata de um discurso, de uma filosofia, de palavras apenas. Trata-se de um amor de carne e osso: Jesus mesmo! A comunidade que se ama de verdade condensa a lei no que ele ensinou: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amo” (Jo 15,12). Portanto, tudo o mais é acessório. O amor é a lei.

As implicações disso tornam a vida feliz, como é o querer de Jesus. E assim certamente a comunidade terá muito maior abertura e firmeza para resolver os problemas. Regida pelo amor, a comunidade faz jus ao que ensina o pai-nosso: “Santificado seja o vosso nome”. Santificar o nome é fazer que a glória de Deus seja perceptível, desde as pequenas ações até a vida social como um todo. Jesus nos ajude. Amém!

Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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