O Domingo – Palavra
26 de julho: 17º Domingo do Tempo Comum

O MILAGRE DA PARTILHA

Segundo a Organização das Nações Unidas, cerca de 805 milhões de pessoas no mundo não têm alimentos suficientes para viver. Os canais de tevê, os jornais e a internet estão cheios de notícias chocantes sobre o sofrimento humano. Fala-se bastante da fome, que compromete a vida e a dignidade de muitos irmãos e irmãs. Enquanto milhões sofrem de fome, há uma minoria insensível, egoísta e injusta que se fecha em si mesma, sem perceber as necessidades dos outros.

A liturgia deste domingo nos fala da partilha. Na primeira leitura, vemos a multiplicação dos pães feita por Eliseu, prefiguração da outra realizada por Jesus. Ao profeta apresenta-se um homem com “vinte pães de cevada”, o qual recebe a ordem de distribuí-los ao povo. O servo percebe não ser suficiente a quantidade, porém Eliseu repete a ordem em nome de Deus: “Assim diz o Senhor, comerão e ainda sobrará” (2Rs 4,43). E, de fato, assim aconteceu: cem homens foram alimentados.

O evangelho reforça o milagre de modo muito mais imponente. Jesus está com seus discípulos, vê-se rodeado de grande multidão que viera ao seu encontro. Como Eliseu saciara a fome dos discípulos, assim Jesus sacia a da multidão, que o segue para ouvir sua Palavra. Entretanto, se vinte pães saciaram cem homens, no evangelho apenas cinco pães e dois peixes saciam cerca de cinco mil. E em ambos os casos sobraram pães, demonstrando que Deus não é avarento em prover as necessidades de suas criaturas.

Será que o homem que, em tempo de escassez, levou as primícias de seu pão e o rapaz que cedeu o pouco que possuía para que Jesus o multiplicasse encontram muitos imitadores entre os homens e mulheres de hoje? Como é que atualmente há tantos famintos no mundo? É algo para refletir! Existem os que vivem na abundância, sem se importar com os necessitados, a quem falta na mesa o pão cotidiano para matar a fome.

Cada um precisa fazer a sua parte, partilhar o pouco que tem com as pessoas carentes. Quem partilha enche de alegria o coração e a vida daquele que recebe. E receberá cada vez mais graças e bênçãos de Deus. Jesus, que se preocupa com a multidão faminta, chama os fiéis do tempo presente a fazer o mesmo que ele fez, não se limitando apenas às belas palavras, mas indo além, ajudando com gestos concretos os necessitados. Essa realidade é o fundamento do dever da caridade cristã.

Pe. Gilbert Mika Alemick, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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