MUDANÇA DE PLANOS
A pessoa que anda na luz da fé precisa ficar sempre de prontidão, a fim de acolher a novidade de Deus e se dispor à mudança de planos e de seus projetos. Todos na vida temos nossos planos. E é necessário que os tenhamos; do contrário, acabaríamos andando sem direção. Contudo, os acontecimentos, os irmãos e o próprio Deus não raro nos obrigam a mudá-los.
Maria tinha planos para seu futuro; mas teve de mudá-los, uma vez que Deus saiu com aquela proposta “do outro mundo”. José devia ter seus planos, mas também teve de mudá-los. A verdade é que Deus pode tomar a liberdade de mexer com nossos planos, quando não concordam com os planos dele.
Ocorre que muitos entre nós vivem no terror das mudanças. Por exemplo, na hora em que a Igreja nos propõe um modo mais atual de testemunhar a fé, há quem pense em manobras diabólicas, pecaminosas.
Para eles, a Igreja é fiel ao seu mandato só se viver hoje sua fé como vivenciava na Idade Média ou no tempo das cruzadas. Um papa só tem crédito quando repete as palavras e os gestos dos papas do passado. O padre só é respeitável quando traja, age e fala como manda o figurino tradicional. O cristão só é cristão de verdade quando se aliena da vida pública; quando abandona a política em mãos desonestas e deixa de se preocupar com a luta pela justiça e pelos direitos humanos.
No entanto, mudar é preciso, renovar-se é necessário para a fé poder fortalecer-se e tornar-se luz dos povos. O fato é que, no decorrer das gerações, muda a forma de o ser humano se relacionar com Deus e com os outros. E assim como, por exemplo, o proceder de Maria é diferente do proceder de Abraão, assim o cristão de hoje procede diferentemente do cristão de ontem.
Deus encontra sempre a maneira de mostrar-nos o caminho a seguir. Mas o que aconteceria se Deus nos mostrasse o caminho certo e nós enveredássemos por outro, bem diferente? É sempre oportuno abrirmos os olhos.
Pe. Virgílio, ssp (1927-2016)
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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