1º de fevereiro – 4º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
1º de fevereiro – 4º DOMINGO DO TEMPO COMUM

AS BEM-AVENTURANÇAS CONTRA O MUNDO DO LUCRO E DA APARÊNCIA

No Sermão da montanha, Jesus deixou um ensinamento profundo e desafiador: as bem-aventuranças. À primeira vista, elas parecem ir contra tudo o que o mundo atual admira. E, sim, é exatamente isso. A sociedade em que vivemos é baseada na utilidade. Tudo precisa ser “útil”. Tudo precisa “funcionar”. As pessoas são valorizadas pelo que fazem, pelos seus bens, pela imagem, pelo sucesso. A lógica é simples: “Se não for proveitoso, não serve”.

Jesus, porém, propõe outra lógica. Ele ensina: “Felizes os pobres… os mansos… os que lamentam… os que buscam justiça… os compassivos… os que têm coração puro… os que trazem a paz… os que sofrem por causa da justiça”. Isso não faz sentido para o mundo.

Pensemos um pouco: quem chora é menosprezado; quem é manso é considerado fraco; quem tem o coração puro é visto como bobo; contudo, para Jesus, são esses os bem-aventurados, os verdadeiramente felizes.

A razão disso? Não se trata do que possuímos, mas do que somos. As bem-aventuranças, assim, encorajam a viver com liberdade e amor numa sociedade que idolatra o dinheiro, a eficácia e o poder. Ensinam-nos que o Reino de Deus é feito de comunhão, humildade, compaixão, justiça e partilha.

Ao sermos pobres em espírito, admitimos nossa dependência de Deus e compreendemos que tudo é dádiva. Chorando diante do sofrimento do mundo, revelamos que nosso coração ainda sente. Desejando justiça, ansiamos que todos vivam dignamente.

Num mundo secularizado, onde Deus não raro fica de escanteio, Jesus nos chama de volta ao essencial: o amor, a verdade e a solidariedade. Ele não promete uma vida “fácil” e sem dificuldades, mas sim uma vida com propósito.

Viver as bem-aventuranças é ir contra a corrente. É resistir à tentação de reduzir a vida a números, likes ou status. É escolher o caminho do Reino, mesmo que isso tenha consequências. Assim sendo, não deveríamos ter receio de parecer “ultrapassados”. De fato, ser cristão é estar na contramão. Só que é nessa rota incomum que achamos a genuína paz, aquela que o mundo jamais poderá nos oferecer.

Que o Espírito Santo nos conceda força e ousadia para encarnar as bem-aventuranças cotidianamente – em casa, no trabalho e na sociedade – e dessa forma sermos “luzeiros” do Reino de Deus no meio de uma sociedade faminta de sentido.

Cl. Bruno Rosa, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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