14 de julho: 15º Domingo do Tempo Comum | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
14 de julho: 15º Domingo do Tempo Comum

QUEM É O MEU PRÓXIMO?

A tendência humana é reconhecer como próximas apenas as pessoas do próprio entorno ou que carreguem traços semelhantes – por exemplo, pensar de forma parecida ou gostar das mesmas coisas. O sentimento de proximidade está, na maioria das vezes, relacionado a uma questão de afinidade. Isto é, quando afirmamos que somos próximos de alguém, geralmente estamos dizendo que conhecemos tal pessoa e entre nós existe uma relação de simpatia e até mesmo de afeto. Trata-se, contudo, de um tipo de relação um tanto cômoda, por ser estabelecida sobre as bases da igualdade de pensamento, de ações e de opiniões.

Um contraponto a essa atitude é oferecido pelo evangelho de hoje, em que um mestre da Lei questiona Jesus sobre o que fazer para receber a vida eterna. Assim surge, para Jesus, a oportunidade de retomar um princípio fundamental que está na Lei e não pode ser esquecido: amar a Deus de todo o coração e com toda a alma e ao próximo como a si mesmo. Todavia, o mestre da Lei manifesta outra dúvida, que também pode ser a nossa: “Quem é o meu próximo?” Jesus responde a essa questão com a “parábola do bom samaritano”, indicando que próximas não são somente as pessoas à nossa volta, mas também as distantes, caídas à beira do caminho, uma vez que quem determina a distância ou a proximidade somos nós.

Na parábola, dois personagens – um sacerdote e um levita –, embora sejam ambos conhecedores da Lei, mostram-se incapazes de vivê-la em seu sentido profundo. Tanto que, ao se depararem com o “homem que caiu nas mãos dos assaltantes”, preferiram caminhar pelo outro lado, para não se sentirem incomodados. Nesse ponto, Jesus faz-nos ver que não basta conhecer a Lei (a Palavra de Deus), mas é preciso praticá-la. Ou seja, a vivência da fé não se dá apenas pela compreensão de certos preceitos estabelecidos, que deixam “a pessoa […] enclausurada na imanência da sua própria razão ou dos seus sentimentos” (EG 94), mas se realiza plenamente quando se tem a capacidade de pôr em prática aquilo que se conhece. O samaritano, que, aparentemente, desconhecia a Lei, não se permitiu nenhum tipo de desvio, mas se aproximou do homem caído, sentiu compaixão, tocou-lhe a carne ferida.

É por meio desses gestos que Jesus nos apresenta quem é nosso próximo e nos pede que façamos o mesmo.

Pe. José Erivaldo Dantas, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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