O Domingo – Palavra
11 de outubro: 28º Domingo do Tempo Comum

ENTÃO QUEM PODE SER SALVO?

Jesus encontrou-se com um jovem que conhecia bem os mandamentos da lei de Deus não só na teoria, mas também na prática. Esse rapaz, desde a juventude, esforçava-se para viver aquilo que sabia. Parecia ser boa pessoa. Mesmo assim, ele sentia que lhe faltava algo. Então, depositando em Jesus a esperança de encontrar o que lhe faltava, colocou-se de joelhos diante do Mestre e perguntou-lhe o que devia fazer para herdar a vida eterna. Talvez esperasse uma resposta mais ou menos assim: “Não precisa fazer mais nada, você já faz o suficiente”. Mas Jesus vai direto ao ponto do apego, àquilo a que o coração do jovem está preso: seus bens, suas posses. Pede-lhe que se desfaça desses bens em favor dos irmãos, libertando-se deles, e assim tenha um tesouro no céu. O rapaz se entristece, pois sabe que não lhe será fácil essa decisão.

A reação dos discípulos nos mostra que tomar tal atitude não é difícil só para o jovem rico, tanto que perguntaram: Se é assim, quem pode ser salvo? Certamente o fizeram não porque existiam muitas pessoas abastadas querendo seguir Jesus, mas por não ser nada fácil viver o desapego, ter o espírito livre, como Jesus estava pedindo. Até quem não tem muito dinheiro pode se apegar a coisas, a manias, a um jeito de viver que nem sempre é benéfico para si e para os outros.

As pessoas que possuem muitos bens se acostumam a viver um estilo de vida luxuoso, sem trabalho manual, e não raro acabam se deixando aprisionar por tal modo de viver, desprezando e humilhando os outros, sobretudo quando veem seus privilégios ameaçados. Podemos nos recordar do que aconteceu em nosso país quando foi aprovada a “PEC das Domésticas”, a legislação que garante a todo trabalhador doméstico certos benefícios, como FGTS e seguro-desemprego. Muita gente reclamou, por estar acostumada a remunerar mal as empregadas e não querer perder certas mordomias, sustentadas pela exploração do trabalho dos outros.

O desafio é grande. Mas, para Deus, nada é impossível. Se nos mantivermos unidos a ele mediante a oração constante, se não desistirmos de ser solidários com o próximo, reconhecendo nele a presença real do Senhor, experimentaremos a liberdade verdadeira de amar a Deus e as pessoas e usar as coisas em função desse amor. Isso já é o começo da salvação.

Pe. Claudiano Avelino dos Santos, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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