11 de novembro: 32º Domingo do Tempo Comum | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
11 de novembro: 32º Domingo do Tempo Comum

VIDA DESAPEGADA

Desde o dia em que nasceu no coração do ser humano o desejo de ganância, de acumular para si egoisticamente os bens da terra, o mundo virou de ponta-cabeça. A partir daquele momento infeliz, a divisão, a discórdia, o ódio, a cobiça encontraram lugar na terra. De lá para cá, a humanidade aprendeu a guerrear e, com o tempo, sofisticou as formas de destruir a fraternidade querida por Deus.

O sonho de Deus, desde sempre, era que a humanidade e a criação em geral vivessem em harmonia, em paz. Não foi por menos que ele– criou o homem e a mulher para viverem num paraíso, num jardim onde tudo de bom havia. Não lhes faltava nada. Mas ambos tiveram dificuldade de lidar com a liberdade. Feito adolescentes imaturos, acharam-se no direito de tapar os ouvidos à voz do pai. Preferiram seguir as vozes da mentira, da fofoca. Daí tudo desandou.

A liturgia deste domingo revela que, quando não se ouve o Deus verdadeiro, até a religião pode correr o risco da falsidade, da hipocrisia. De nada vale uma religião de fachada, que se acomoda às injustiças do mundo.

É certo que, na história da salvação, o ser humano sempre encontrou formas de driblar a Deus. Ocorre que ninguém engana a Ele, pois conhece o mais íntimo de nosso ser. E porque nos ama para além de nossas fraquezas e limites, jamais desiste de nós, jamais se afasta, jamais fica calculando ou jogando em nossa cara o amor profundo que sente por nós. Ainda bem! Porque, se ele levasse em conta as malvadezas praticadas pela humanidade, já teríamos perecido.

Há muita injustiça e exploração no mundo. Há, sobretudo, um ódio terrível disseminado contra as populações pobres, os migrantes, os refugiados, os moradores de rua, os sem-nada. Enquanto isso, há riqueza acumulada nas mãos de poucos, que esbanjam luxo e retêm para si privilégios de todas as formas.

A celebração deste domingo é uma chamada de atenção à comunidade cristã, para que não pensemos como os que se acham os grandes do mundo. Grande só existe um: Deus. E ele se fez pequeno por nós em Jesus Cristo, fazendo da vida uma oferta de amor. É nossa missão viver como Jesus viveu, totalmente obedientes à vontade do Pai e guiados pelo Espírito de amor, que só sabe fazer o bem.

Peçamos à Trindade santa que nos guie todos os dias no caminho da vida, fazendo de nós profetas da boa notícia do reino de Deus, apegados somente àquilo que nos humaniza e nos santifica.

Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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