Falece Léon Bonaventure, um dos pioneiros da psicologia analítica junguiana no Brasil | Paulus Editora

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06/11/2021

Falece Léon Bonaventure, um dos pioneiros da psicologia analítica junguiana no Brasil

Por Imprensa

É com pesar que a PAULUS Editora comunica o falecimento de Léon Bonaventure, ocorrido no sábado, 6/11. Nascido em 10 de setembro de 1934, na Bélgica, foi o fundador da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica (SBPA) e um dos pioneiros da psicologia analítica e responsável, juntamente com sua esposa, Jette Bonaventure, pela tradução das obras de C.G.Jung  para o português.

Na apresentação da obra “Miscellanea”, recém-lançada pela PAULUS Editora, Maria Elci Spaccaquerche, coordenadora da coleção “Amor e Psique”, fala sobre a importância de León e Jette  Bonaventure: Durante toda a sua vida, Léon buscou viver a sua vocação de ‘curador de almas’, e Jette, sua vocação de educadora, ensinando e contando contos para inúmeras plateias. Foram muitos os grupos de estudos coordenados por ela, tanto no consultório como nas salas de casas da comunidade do bairro de Jaguaré, e até mesmo nos bancos da praça, em frente à sua casa. É impossível separar o crescimento e a história da formação junguiana no Brasil da influência de Léon e Jette nesse caminho”, afirma a autora.

Histórico

Doutor em Psicologia, formado pela École Pratique des Hautes Études de Paris e pelo Instituto de Filosofia e Psicologia de Louvain, frequentou o Instituto C. G. Jung de Zurique. Léon tornou-se então membro da Sociedade Internacional de Psicologia Analítica e fez doutorado na Sorbonne, em Paris. Nos seus anos de doutorado, conheceu Jette (Ronning), uma jovem dinamarquesa formada em Filologia Românica pela Universidade de Copenhague e Psicologia pela Sorbonne, onde foi assistente de Jean Piaget.

Casaram-se e em 1967 vieram para o Brasil, onde já moravam os pais de Jette. Desde que aqui chegaram, foram incansáveis incentivadores, tradutores e pesquisadores da obra de Jung, promovendo grupos de estudos, escrevendo artigos, atendendo em consultório, além de colocar Jung no mundo editorial brasileiro.

Em 1972, foram responsáveis pela publicação do livro (talvez a primeira obra junguiana publicada no Brasil) Fundamentos de psicologia analítica – as conferências de Tavistock. Em 1975, Léon coordenou o evento em comemoração dos 100 anos de nascimento de C. G. Jung, congregando inúmeros palestrantes e uma plateia atenta e curiosa no auditório do Museu de Arte de São Paulo (MASP), evento que se tornou um marco na história da psicologia analítica no Brasil.

Depois de uma estada na Europa com a família, mais precisamente em Annency, na França, Léon voltou ao Brasil com dois propósitos. O primeiro era realizar sua alma de jardineiro, seu amor à natureza. Para isso, comprou um sítio e iniciou o plantio e cultivo (com as próprias mãos) de algumas espécies pouco conhecidas no Brasil – primeiro o kiwi, depois a atemoia, além das berries: morango, framboesa, mirtilo –, no que foi e é até hoje muito bem-sucedido.

Seu outro propósito era plantar novos livros. No início dos anos 1980, Léon propôs à Editora Paulus a ideia de criar uma coleção que contemplasse autores da psicologia analítica de Jung. Em 1984, é lançada a primeira publicação da coleção “Amor e Psique”: “Uma busca interior em psicologia e religião”, de James Hillman, com tradução de Araceli Elman.

O velório e enterro de Léon Bonaventure foi realizado no dia 07/11, no Cemitério da Paz, em São Paulo (SP).