A FORÇA DA TERNURA
As palavras de saudação do anjo Gabriel a Maria – “Alegra-te, ó cheia de graça, o Senhor é contigo” (Lc 1,28) – ajudam-nos a entender a solenidade da Imaculada Conceição, que celebramos neste dia. Mostram-nos que, apesar de ter vivido no mundo marcado pelo pecado, Maria não foi atingida por ele. Nela, o mal foi derrotado antes de ter chegado a tocá-la, porque Deus a encheu de “graça”. Nessa condição, ela é escolhida por Deus Pai para ser a mãe de seu Filho, cujo nascimento estamos nos preparando para celebrar proximamente no Natal.
É a Maria que a força do Altíssimo cobre com sua sombra (Lc 1,35). Porém, não obstante tenha sido eleita para essa missão especial, Maria não faz dessa escolha motivo de orgulho, mas se põe a serviço, como a “serva do Senhor”. A grandeza de Maria está, sim, em ser “cheia de graça”, mas está também em sua humildade e no amor doado, expresso com ternura e afeto, mostrando-nos que esses gestos “não são virtudes dos fracos, mas dos fortes, que não precisam maltratar os outros para se sentir importantes” (Evangelii Gaudium, n. 288).
Neste Ano do Jubileu, como peregrinos de esperança, busquemos em Maria – a cheia de graça! – a inspiração para acolher, com humildade e ternura, os irmãos e irmãs de caminhada. Com ela possamos vencer toda forma de divisão, de preconceitos e de escravidão, renovando, a cada dia, o “sim” à vida, um sim que se manifesta em atitudes concretas de acolhida, de solidariedade aos pobres e sofredores, enfim, de esperança na construção de uma sociedade mais humana, justa e fraterna.
Dom Valdir José de Castro, ssp
Bispo diocesano de Campo Limpo (SP)
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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