A CORAGEM DE JOSÉ
Neste último domingo do ano civil, festa da Sagrada Família, o Evangelho nos traz a passagem conhecida como “fuga para o Egito” (Mt 2,13-23). A Família de Nazaré também experimentou a dor da migração forçada. A causa dessa forma de migração origina-se, quase sempre, da prepotência e da violência dos poderosos.
De fato, Herodes, ao saber do nascimento do “rei dos judeus”, sente-se ameaçado em seu poder. Não tendo sido contemplado com a informação exata do local do nascimento, concebe nefasta decisão: matar todas as crianças de Belém de até dois anos.
No entanto, um anjo aparece em sonho a José, ordenando-lhe: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito!” (v. 13). Essa fuga recorda o antigo êxodo. A seu tempo, Jesus, o novo Moisés, partirá da Galileia para um novo êxodo.
Episódios de fuga repetem-se ao longo da história, chegando até nós. Multidões de pessoas continuam a fugir por entenderem que permanecer onde estão é perigoso. Experimentam a precariedade, o medo e a dor de ter de deixar forçosamente seu lugar de origem.
Herodes e José são dois personagens opostos, que refletem dois lados da humanidade. O primeiro importa-se apenas com a defesa do seu poder a todo custo, mesmo que, para tanto, seja necessário empregar a violência para mantê-lo. É pessoa prepotente. José, de sua parte, enfrenta todos os tipos de dificuldade para defender a vida. Sua atitude nos ensina que, para enfrentar as dificuldades, é necessário coragem. É pessoa justa e corajosa.
A celebração da Sagrada Família convida-nos a pensar sobre a realidade das famílias – nestes tempos de tantas divisões, potencializadas pelas redes sociais. Importa lembrar que os seres humanos, habitantes da Casa Comum, formam uma única e grande família. As famílias têm insubstituível missão a exercer na sociedade. A Igreja e o mundo necessitam da seiva que vem das famílias, tal qual a árvore da água. Que a coragem de São José seja fonte e inspiração para nossas famílias!
Pe. Darci Luiz Marin, ssp
É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.
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