O Domingo – Palavra
24 de agosto – 21º DOMINGO DO TEMPO COMUM

NOSSA RESPOSTA DE AMOR AO DOM DE DEUS

A salvação eterna não é um pro­duto que se compra no mercado. Também não é privilégio de um povo (judeu, brasileiro, chinês etc.) nem de uma instituição (Igreja Católica, centro espírita, mosteiro budista etc.). Para obter a salvação, não basta ser bati­zado e exibir o título de cristão; não é suficiente fazer discursos fervorosos, usando o nome de Cristo. Em outra ocasião, o próprio Jesus dizia: “Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Se­nhor!’, entrará no Reino dos Céus, e sim aquele que faz a vontade do meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21).

No Evangelho de Lucas, Jesus usa a figura da “porta estreita” e afirma que nos cabe fazer todo esforço para atra­vessá-la. Que porta é essa? É a prática de tudo o que Jesus vem fazendo e ensinando cada dia. Para completar a resposta, o biblista espanhol Basílio Caballero desce a pormenores: “soli­dariedade, fraternidade e serviço aos irmãos em vez de egoísmo, agressivi­dade e violência; controle e domínio do consumismo em vez de idolatria do dinheiro e dos bens materiais; assimi­lação, enfim, do programa evangélico de santidade que Cristo expôs no Ser­mão da montanha”.

Cabe aqui dizer que o primeiro a ultrapassar a “porta estreita” foi o pró­prio Jesus. Mediante sua ressurreição, ele já sentou à mesa do banquete eter­no; foi o primeiro a conquistar o Reino definitivo: “Foi passando pela morte que ele entrou pela porta estreita. Só quem tiver dado a vida como Jesus poderá entrar na sala e sentar-se à me­sa. A tradição, o parentesco de nada adiantam para a salvação, nem as pa­lavras, a cultura ou a pertença à Igreja. Somente a dedicação à construção de um mundo que manifesta visivelmen­te a realidade do Reino” (Missal Coti­diano).

Certa vez, por meio de uma pará­bola, Jesus nos convidou a construir a casa sobre a rocha. É o mesmo que alicerçar nossa vida em Jesus Cristo. Trata-se, pois, de conhecer e pôr em prática os valores do Reino; construir com “material” sólido e duradouro, isto é, praticar a justiça, a misericórdia e o amor fraterno. Então, longe de ser ob­jeto de operação comercial, a salvação é incomparável dom de Deus à espera de nossa resposta de amor.

Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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