O Domingo
2 de novembro: Finados

SUPERANDO ETAPAS

A história do ser humano é feita de etapas: gestação, nascimento, crescimento e morte. Alguns não chegam à realização das etapas intermediárias, mas a maioria passa por todas elas.
A passagem de uma etapa a outra nem sempre é tranquila e serena. Muitas vezes é feita de dor e dúvidas. A etapa mais difícil de enfrentar – e que normalmente traz maiores sofrimentos – é a última: a morte.
Deveríamos encará-la com naturalidade, como parte de nosso caminhar, mas a verdade é que – quase todos – a tememos e procuramos adiá-la o máximo possível. Isso é bom sinal, pois indica que gostamos de viver e amamos a vida!
A morte não é um acontecimento instantâneo. Desde que viemos à luz, estamos a caminho da morte. É um processo por meio do qual os órgãos que compõem o nosso corpo, pouco a pouco, vão se tornando cada vez mais fragilizados. Esse caminho é irreversível. Por mais longa que seja – 80, 100 anos –, a jornada um dia chega ao fim.
Sêneca dizia: “Quando jovem, procurava viver bem; agora que estou velho, procuro morrer bem”. Morrer bem, para ele, é estar “desapegado de tudo que não está destinado à eternidade”.
A visita que neste dia fazemos aos cemitérios revela a admiração pelos antepassados e o cultivo dos laços que nos uniram em vida. Independen-temente da religião de cada um, o cemitério sempre foi considerado lugar rico de “sentimentos humanos e cristãos”. Nesse local lembramos o passado, vivemos o presente e imaginamos o futuro. Neste dia de finados, os cemitérios enfeitados com flores e os túmulos cuidados revelam – mais que a morte – a beleza e a esperança da vida.
Na celebração de Finados, mais que refletirmos sobre a morte, somos levados a pensar sobre a vida: o que fazemos dela e com ela, as ações que realizamos e em favor de quem. Padre Vieira dizia que, “no nascimento, somos filhos de nossos pais; na ressurreição, seremos filhos de nossas obras”.

Pe. Nilo Luza, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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