Deus é amor e fonte de amor
O amor vem de Deus… Deus é a fonte de amor (1Jo 4,7-8). Essas palavras sintetizam a mensagem da liturgia da palavra de hoje. Foi por amor que o Pai enviou o seu Filho unigênito ao mundo, para que tivéssemos a vida por meio dele. Foi por amor que o Filho deu a vida não só pelos amigos, mas também pelos inimigos. Foi por amor que o Espírito Santo se fez dom a todos, sem distinção de pessoas.
O amor divino vem a nós sem nenhum mérito da nossa parte: “não fomos nós que primeiro amamos a Deus, mas foi ele quem primeiro nos amou” (1Jo 4,10). Sem o amor proveniente de Deus, que o tirou do nada e depois o remiu do pecado, jamais o ser humano seria capaz de amar. Como a vida não vem da criatura, mas do criador, assim o amor só provém de Deus, sua fonte única e infinita.
O amor de Deus atinge as pessoas por meio de Cristo. É Jesus quem derrama sobre elas o amor do Pai, amando-as com o mesmo amor com que o Pai o ama e querendo que neste amor vivam: “permanecei no meu amor”. Assim como Jesus permanece no amor do Pai, cumprindo a sua vontade, assim cabe aos seus discípulos permanecer no seu amor, observando os seus mandamentos. Entre estes, figura em primeiro plano o que Jesus chama “seu mandamento”: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Ele ama os discípulos como é amado pelo Pai, e estes são chamados a se amarem entre si como são amados pelo Mestre. Pelo cumprimento deste preceito tornam-se seus amigos: “Sereis meus amigos se fizerdes o que eu vos ordeno”. A amizade exige a reciprocidade de amor: retribuímos o amor de Cristo amando-o com todo o coração e amando os irmãos com os quais ele se identifica, pois considera feito a si o que fazemos ao menor deles.
Comovente e impressionante é a insistência com que Jesus recomenda aos discípulos o amor mútuo. Quer fazer deles comunidade compacta, cimentada pelo seu amor, onde todos se sintam irmãos e vivam uns pelos outros. Isto, porém, não significa limitar o amor ao círculo dos fiéis, pelo contrário. Quando mais fundados no amor de Cristo, tanto mais capazes serão de levar esse amor a todas as pessoas.
O amor fundado em Cristo supera as divergências, anula as distâncias, elimina o egoísmo, as rivalidades, as discórdias. Tudo isso convence e atrai à fé mais que qualquer outro meio e é parte essencial daquela fecundidade apostólica que Jesus espera dos seus discípulos, aos quais disse: “Eu vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça” (Jo 15,16). Só quem vive no amor pode levar ao mundo o fruto precioso do amor.
Pe. Gilbert Mika Alemick, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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