JESUS, PALAVRA DE DEUS E NOSSO PÃO
Quando o pneu do carro murcha ou necessita de manutenção, sabemos que é hora de ir ao borracheiro, ao qual só recorremos em situações isoladas, em que precisamos suprir determinado problema. A Palavra de Deus neste domingo nos faz um alerta contra atitudes semelhantes a essa, se assim agimos em relação a Deus, e nos mostra a necessidade de assumir relações verdadeiras com Cristo. Desse modo, convida-nos a reconhecer o dom gratuito de Deus, seu amor infinito.
No entanto, sério problema surge quando não se discerne o sinal desse amor, mas se levam em conta apenas ganhos materiais que eventualmente possam ser auferidos. Nesse sentido, os textos da liturgia querem nos ajudar a mudar nosso olhar; o mais importante é reconhecer e acolher os sinais do amor de Deus por nós e pelo mundo inteiro.
No Evangelho, Jesus havia acabado de alimentar uma multidão faminta. Para os pobres, foi algo extraordinário: Jesus fora capaz de suprir suas necessidades imediatas. Jesus, contudo, não quer ser confundido com um “superpadeiro”, não é essa sua missão; ele tem algo muito melhor para oferecer. Isso também é verdade hoje. Nossas orações não devem se limitar a simples pedidos materiais: o que o Senhor quer nos dar é muito mais importante. A prioridade não são as coisas que temos ou as que queremos ter. Jesus nos quer, sem dúvida, trabalhando para o alimento do corpo, mas sem deixarmos de lembrar que se trata de “alimento perecível para uma vida perecível”.
Hoje, ele nos revela um alimento mais profundo, o pão para a vida eterna. O Evangelho apresenta-nos esse outro pão como o “pão verdadeiro”, o “pão de Deus”, o “pão da vida”, o “pão do céu”. Esse alimento amplamente oferecido a todos é, antes de tudo, a palavra de Jesus: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Dt 8,3).
Atualmente, Cristo continua a revelar-se a nós diante de nossa fome e nossa sede de Absoluto. Ele vê uma multidão de pessoas que correm para os prazeres proporcionados pela sociedade do consumo, das drogas, dos decibéis e da vida fugaz. Vê as pessoas ansiosas em virtude de suas variadas carências e aflições, as quais lhes acarretam grande sofrimento e sensação de abandono, até por parte de Deus. Vê a falta de um clima de ternura e amor que possa iluminar a vida dessa gente. Nós, cristãos, somos enviados para testemunhar o amor que se encontra em Deus e comunicá-lo a todos os que nos rodeiam.
Christian Dino Batsi, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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