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Bíblia Sagrada - Edição Pastoral
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2. Segundo debate

INTERVENÇÃO DE ELIFAZ

Você está destruindo a religião! -* 1 Elifaz de Temã tomou a palavra e disse: 2 «Por acaso um sábio responde com doutrinas falsas, ou se incha com o vento leste, 3 argumentando com razões inconsistentes ou palavras sem sentido? 4 Você está destruindo a religião e eliminando a oração! 5 Suas culpas inspiram suas palavras, e você usa a linguagem dos astutos. 6 Quem condena você é sua própria boca, e não eu; são suas palavras que testemunham contra você.

7 Por acaso foi você o primeiro homem a nascer? Será que você veio ao mundo antes das colinas? 8 Por acaso você foi admitido no conselho secreto de Deus e se apropriou da sabedoria? 9 O que sabe você que nós não sabemos? O que entende você que nós não entendemos? 10 Entre nós anciãos de cabelos brancos, e alguns de nós são mais velhos que o seu pai. 11 Não está você fazendo pouco caso das nossas consolações divinas e das palavras equilibradas que dizemos a você? 12 Como a paixão arrebata você e como seus olhos saltam para fora, 13 quando você joga o seu rancor contra Deus, soltando protestos com a boca! 14 Como pode o homem ser puro, como pode ser inocente quem nasceu de mulher? 15 Deus não confia nem mesmo em seus anjos, nem o céu é puro aos olhos dele. 16 Quanto menos o homem detestável e corrompido, que bebe injustiça como água!

O injusto acaba sempre mal -* 17 Escute-me, que eu vou instruir você. Vou contar-lhe aquilo que vi, 18 aquilo que os sábios transmitiram, sem nada ocultar, conforme receberam de seus antepassados, 19 a quem foi dado o país, sem que nenhum estrangeiro se instalasse no meio deles.

20 O injusto vive em contínuo tormento, e poucos são os anos reservados ao tirano. 21 Gritos de terror ressoam nos ouvidos dele e, quando está em paz, é assaltado pelo bandido. 22 Não tem esperança de voltar das trevas, porque está destinado ao fio da espada; 23 é jogado como pasto dos urubus, e sabe que sua ruína é iminente. O dia tenebroso 24 o apavora, a angústia e a inquietação o assaltam, como rei pronto para o ataque. 25 Porque ele estendeu a mão contra Deus e desafiou o Todo-poderoso. 26 Investiu contra ele de cabeça abaixada, protegido por escudo blindado, 27 com o rosto massageado de gordura e os músculos dos rins bem ungidos. 28 Ele habitará cidades abandonadas, casas desabitadas que ameaçam ruir. 29 Não poderá se enriquecer, e sua fortuna não vai durar, nem poderá levar seus bens para o túmulo, 30 nem escapará das sombras. A chama queimará seus brotos, e o vento arrancará suas flores.

31 Que ele não confie na ilusão que engana, porque a ilusão será a sua recompensa. 32 Antes do tempo, suas folhas murcharão, e seus ramos nunca mais ficarão verdes. 33 Será como videira que deixa cair suas uvas verdes, como oliveira que perde sua florada. 34 A descendência dos injustos é estéril, e o fogo devorará a tenda do homem enganador. 35 Quem concebe a maldade, à luz a desgraça, e gera no ventre a desilusão».

RESPOSTA DE




* 15,1-16: Elifaz agora acusa Jó de esconder a própria culpa atrás de uma linguagem passional. Desse modo, segundo Elifaz, Jó pretende ser mais sábio que a própria tradição dos antepassados, destruindo a religião que, através dos tempos, acumulou explicações para todos os acontecimentos. Assim, o caso particular de Jó fica reduzido à busca de causas que elimina tudo o que possa haver de novo em sua situação.



* 17-35: Com acusação muito clara a uma falta que Jó estaria escondendo, Elifaz expõe o destino do injusto, seguindo o dogma da retribuição: o injusto vive intranqüilo, e também, cedo ou tarde, acaba sempre mal. Se Jó sofre desgraças, é por ser injusto.






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