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Bíblia Sagrada - Edição Pastoral
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3. Fracasso da via legal

O Deus dos marginalizados -* 1 Depois disso, Moisés e Aarão se apresentaram diante do Faraó e disseram: «Assim diz Javé, o Deus de Israel: Deixe meu povo partir para que celebre uma festa para mim no deserto». 2 O Faraó respondeu: «Quem é Javé, para que eu tenha de obedecer a ele e deixar Israel partir? Não reconheço Javé, nem deixarei Israel partir». 3 Eles disseram: «O Deus dos hebreus veio ao nosso encontro. Deixe-nos fazer uma viagem de três dias pelo deserto para oferecermos sacrifícios a Javé nosso Deus; caso contrário, ele nos ferirá com peste ou espada». 4 Então o rei do Egito lhes disse: «Moisés e Aarão, por que vocês subvertem o povo que trabalha? Voltem para o trabalho5 E o Faraó acrescentou: «Eles são mais numerosos que os nativos do país, e vocês ainda querem que eles deixem de trabalhar

O revide do opressor -* 6 Nesse mesmo dia, o Faraó deu ordem aos capatazes e inspetores, dizendo: Não dêem ao povo palha para fazer tijolos, como vocês faziam antes. Que eles próprios providenciem a palha. 8 E mais: exijam deles a mesma quantia de tijolos que faziam antes. Não diminuam nada, porque eles são preguiçosos e por isso andam clamando: ‘Vamos sacrificar ao nosso Deus’. 9 Carreguem esses homens com mais trabalho, para que fiquem ocupados e não dêem atenção a palavras mentirosas».

10 Os capatazes e inspetores saíram e falaram ao povo: «Assim disse o Faraó: ‘Não darei mais palha para vocês; 11 vão vocês mesmos buscá-la onde a puderem encontrar. E o trabalho não será diminuído em nada’ «. 12 Então o povo se espalhou por todo o território egípcio para recolher palha. 13 Os capatazes os pressionavam, dizendo: «Acabem o trabalho de vocês, a tarefa de cada dia, do mesmo jeito de antes, quando havia palha». 14 E os capatazes açoitavam os inspetores israelitas, que os mesmos capatazes do Faraó haviam colocado sobre eles. E lhes diziam: «Por que vocês não acabaram, nem ontem nem hoje, a quantidade de tijolos que faziam antes?»

Será que o projeto fracassou? -* 15 Os inspetores israelitas foram, então, reclamar diante do Faraó, dizendo: «Por que o senhor trata assim os seus servos? 16 Estão exigindo que façamos tijolos, mas não nos dão palha. Seus servos são açoitados, mas o culpado é o seu povo17 O Faraó, porém, respondeu: «Vocês são muito preguiçosos! É por isso que andam dizendo: ‘Vamos oferecer sacrifícios a Javé’. 18 Pois agora, vão e trabalhem. Vocês não receberão palha, mas terão que produzir a mesma quantidade de tijolos».

19 Então os inspetores israelitas se viram em aperto, pois fora dito para eles que não deviam diminuir a produção diária de tijolos. 20 Quando saíram da presença do Faraó, encontraram Moisés e Aarão que estavam à espera deles. 21 Então lhes disseram: «Que Javé examine e julgue a vocês, porque vocês é que nos tornaram odiosos ao Faraó e à sua corte, e puseram na mão deles uma espada para nos matar».

O projeto continuará pela força -* 22 Então Moisés voltou-se para Javé e perguntou: «Senhor, por que maltratas este povo? Por que me enviaste? 23 Desde que me apresentei ao Faraó para falar em teu nome, o povo é maltratado, e tu não libertaste o teu povo».




* 5,1-5: O processo de libertação começa através da via legal, por uma reivindicação feita em nome do Deus dos hebreus. O nome «hebreus» é aplicado a grupos que não possuíam lugar na sociedade e eram considerados como vagabundos e bagunceiros. Por isso, a expressão «Deus dos hebreus» designa o Deus que é solidário com os marginalizados. A reação do Faraó é de auto-suficiência total: primeiro, ele desconsidera o Deus dos marginalizados; depois, acusa os líderes de subverter o povo, afastando-o do trabalho, prejudicando assim os interesses da classe dominante.



* 6-14: Diante da reivindicação dos oprimidos, o opressor aumenta ainda mais suas exigências, a fim de que o povo se aliene completamente no trabalho e, sem descanso, não possa tomar consciência nem se organizar. Com isso, o opressor procura desprestigiar e difamar os líderes, mostrando que as idéias destes não combinam com a realidade (v. 9). Ao lado disso, encontram-se aqueles que, apesar de oprimidos, buscam seus próprios interesses e se vendem ao sistema, tornando-se inspetores na opressão contra os próprios irmãos (v. 14).



* 15-21: O opressor conseguiu o que queria: desarticular a organização do povo e desacreditar os líderes. Os inspetores se encontram numa situação difícil, pois aquilo que o opressor pede é humanamente impossível. Parece que o projeto de libertação já fracassou.



* 5,22-6,13: De fato, o projeto de libertação por via legal fracassou mesmo. Tudo perdido? Não. Agora vai começar o uso da força (6,1). O texto de 6,2-13 é uma repetição de 3,7-22: no lugar em que está, reafirma a presença de Javé no meio dos oprimidos e mostra que o projeto de libertação continua em pleno vigor.






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