23 de fevereiro: 7º Domingo do Tempo Comum | Paulus Editora

O Domingo
23 de fevereiro: 7º Domingo do Tempo Comum

O AMOR NOS IDENTIFICA

O texto do evangelho, que integra o sermão da montanha de Mateus, põe-nos diante de duas propostas revolucionárias de Cristo: a resistência não violenta e o amor sem limites.

A “lei do talião” descrita no Primeiro Testamento representou um avanço ou um freio contra a violência sem limites, mas Jesus quer superar isto que pode ser chamado de “círculo violento”. O “porém” de Jesus não sinaliza submissão aos tiranos ou aos que nos violentam. O ódio, a violência, a vingança provocam uma espiral que só pode ser vencida por atitudes não violentas. Sabemos que resposta violenta à violência só faz aumentá-la. Combater o mal com violência é se colocar do lado do mal. A proposta de Jesus não conduz ao dilema entre resistir ou não, mas consiste em como resistir ao mal. Seu ensinamento é “resistência não violenta”: resistência sim, violência não.

Em vez de “amar o próximo e odiar o inimigo”, Jesus propõe amar a ambos. Ele nos ensina que não podemos dedicar nosso amor somente ao próximo, a quem nos agrada e com quem simpatizamos, mas cumpre-nos estendê-lo também ao inimigo. Em outras palavras, nosso amor não deve ter limites. O Mestre nos pede realmente algo muito difícil de assumir. Mas ele mesmo nos diz que, se agimos como os outros, não fazemos a diferença, e fazer a diferença é algo característico do verdadeiro cristão.

Entre os ensinamentos do sermão da montanha, essa talvez seja uma das propostas mais difíceis de viver e a que mais identifica o discípulo de Jesus. Ao longo da história da humanidade, muitas foram as personagens que procuraram encarná-la: Gandhi, Helder Câmara, Paulo Evaristo Arns, Zilda Arns… Mediante a não violência e o amor, vivendo nossa vocação ao “extraordinário”, demonstraremos que somos de fato cristãos. Esta nossa identidade nos impele a ser promotores da cultura da paz e da concórdia.

Pe. Nilo Luza, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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