01 de junho – Ascensão do Senhor | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
01 de junho – Ascensão do Senhor

COMUNICAÇÃO COMO AUTÊNTICA CULTURA DO ENCONTRO

Entre os muitos refrãos da atualidade, repete-se à exaustão que vivemos a melhor das fases no que se refere à comunicação e seus aparatos técnicos. Isso é bom e até verdadeiro. Ocorre que também convém desconfiar dos exageros ou de certo endeusamento de tudo o que cheira tecnologia da comunicação, como se os meios por si só tivessem poderes mágicos.

A comunicação humana é, em primeiro plano, a busca do outro. Comunicar é buscar construir e manter vínculos. Quem comunica partilha algo com o outro, num processo recíproco. Não deveria haver soberania do emissor e passividade do receptor. Deveria haver trocas. A comunicação se dá quando emissor e receptor se sentem como iguais. Comunicar é coabitar, de modo que não há comunicação sem o respeito ao outro. Não há comunicação no isolamento.

A mensagem do papa Francisco para este dia das comunicações sociais nos convida a uma autêntica cultura do encontro. Ele ressalta a importância dos meios de comunicação e exorta: “Neste mundo, os meios de comunicação podem ajudar a sentir-nos mais próximos uns dos outros; a fazer-nos perceber um renovado sentido de unidade da família humana, que impele à solidariedade e a um compromisso sério para uma vida mais digna. Uma boa comunicação ajuda-nos a estar mais perto e a conhecer-nos melhor entre nós, a ser mais unidos”.

Sabe-se que, em menos de cem anos, foram inventados e democratizados o telefone, o rádio, a imprensa, o cinema, a televisão, o computador, as redes. Tudo isso reduziu as condições de trocas e de relação. Reduziu, sobretudo, as distâncias, confirmando a chamada aldeia global (McLuhan).

O papa, porém, critica as formas de exclusões e divisões causadas num tempo em que os meios deveriam incluir e unir: “Dentro da humanidade, permanecem divisões, e às vezes muito acentuadas. O mundo sofre de múltiplas formas de exclusão, marginalização e pobreza, como também de conflitos para os quais convergem causas econômicas, políticas, ideológicas e até mesmo, infelizmente, religiosas”.

O desafio é aliar ferramentas a valores sempre mais democráticos e humanizadores. Não se trata de condenar nem endeusar a técnica, mas agregá-la na construção de um mundo de paz, sem exploração, tirania, violência nem mentiras. Que de nossa parte a “comunicação seja azeite perfumado pela dor e vinho bom pela alegria”, ensina o papa.

Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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