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Bíblia Sagrada - Edição Pastoral
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Memória e discernimento -* 1 Górgias pegou cinco mil soldados de infantaria e mil cavaleiros escolhidos. Saiu de noite 2 para poder atacar de surpresa o acampamento dos judeus e acabar com eles de uma vez. O pessoal da fortaleza serviu-lhes de guia. 3 Sabendo do plano, Judas levantou acampamento com o seu exército e foi atacar a parte do exército do rei que tinha ficado em Emaús, 4 enquanto alguns batalhões estavam longe do acampamento.

5 Quando Górgias chegou, de noite, ao acampamento de Judas, não encontrou ninguém. Então começou a procurá-los pelos morros, pensando que tivessem fugido. 6 Ao amanhecer, Judas chegou à planície com três mil homens, mas sem escudos e espadas suficientes. 7 Quando viram que o acampamento dos pagãos era forte e estava bem guardado, rodeado de cavaleiros treinados para a guerra, 8 Judas disse a seus homens: «Não tenham medo da quantidade deles, nem se apavorem com seu ataque. 9 Lembrem-se de como nossos antepassados foram salvos no mar Vermelho, quando o Faraó com o seu exército os perseguia. 10 Vamos gritar a Deus para que nos ajude e se lembre da Aliança com os nossos antepassados e derrote hoje esse exército que está à nossa frente. 11 Então todas as nações reconhecerão que existe alguém que resgata e liberta Israel».

12 Quando os estrangeiros levantaram os olhos e os viram chegando pela frente, 13 saíram do acampamento para a batalha. Os homens de Judas tocaram a trombeta 14 e atacaram. Os pagãos foram derrotados e fugiram para a planície. 15 Os que estavam na retaguarda foram mortos à espada. Os israelitas os perseguiram até Gazara e até as planícies da Iduméia, de Azoto e de Jâmnia. E o inimigo perdeu cerca de três mil homens.

16 Ao voltar da perseguição aos fugitivos, 17 Judas falou aos soldados: «Não fiquem cobiçando os despojos, pois temos mais um combate pela frente: 18 Górgias e seu batalhão estão no monte aqui perto de nós. Sejam firmes contra nossos inimigos e lutem contra eles. Depois, poderão recolher os despojos com toda a tranqüilidade». 19 Judas ainda falava, quando se avistou uma patrulha deles espionando do alto do monte. 20 A patrulha viu que os companheiros tinham fugido e que o acampamento estava incendiado: a fumaça que se via denunciava o que tinha acontecido. 21 Ao ver isso, ficaram completamente apavorados e, quando viram o exército de Judas na planície, preparado para o confronto, 22 fugiram todos para a região dos filisteus. 23 Então Judas voltou para saquear o acampamento: pegou muito ouro e prata, tecidos de púrpura comum e de púrpura marinha, e muita coisa de valor. 24 Voltaram cantando hinos e louvando a Deus, «porque ele é bom e seu amor é para sempre». 25 E, nesse dia, Israel conseguiu uma grande vitória.

26 Os estrangeiros que fugiram foram contar a Lísias tudo o que tinha acontecido. 27 Ao ouvir a notícia, ele ficou transtornado e abatido, pois as coisas contra Israel não tinham acontecido como ele esperava, e o resultado era o contrário do que o rei havia previsto.

Vitória em luta desigual -* 28 No ano seguinte, Lísias recrutou sessenta mil combatentes de elite e cinco mil cavaleiros, a fim de subjugar os judeus. 29 Eles foram para a Iduméia e acamparam em Betsur, mas Judas saiu para enfrentá-los com dez mil homens. 30 Ao ver tão poderoso exército, Judas rezou: «Bendito sejas tu, Salvador de Israel, que derrotaste a força de um gigante pela mão do teu servo Davi, e que entregaste o exército dos filisteus nas mãos de Jônatas, filho de Saul, e do seu escudeiro. 31 Assim também, entrega esse exército nas mãos do teu povo Israel, e que seus soldados e cavaleiros fiquem envergonhados. 32 Amedronta-os e quebra o orgulho do seu poderio, para que sejam afogados pela derrota. 33 Derruba-os com a espada dos que te amam, para que todos os que conhecem o teu Nome te celebrem com hinos».

34 Avançaram uns contra os outros, e cerca de cinco mil do exército de Lísias caíram na luta corpo a corpo. 35 Ao ver a derrota do seu exército e a coragem do grupo de Judas, disposto corajosamente a viver ou morrer, Lísias foi para Antioquia e começou a recrutar um exército ainda mais numeroso, a fim de voltar à Judéia.

Comemoração da vitória -* 36 Judas e seus companheiros fizeram esta proposta: «Agora que derrotamos o inimigo, vamos purificar e consagrar o Templo». 37 O exército inteiro se reuniu e subiu o monte Sião. 38 viram o santuário abandonado, o altar profanado, as portas incendiadas, o mato crescendo nos pátios, como se fosse em campo aberto ou nas montanhas, e os aposentos destruídos. 39 Então rasgaram as roupas e fizeram grande luto, jogando cinza na cabeça 40 e prostrando-se por terra. Depois tocaram a trombeta e clamaram ao céu.

41 Judas destacou alguns homens para que contivessem os que estavam na fortaleza, enquanto se purificava o Templo. 42 Para isso, escolheu sacerdotes sem defeito físico e que seguiam a Lei. 43 Eles purificaram o Templo e jogaram as pedras que o contaminavam num lugar impuro. 44 Puseram-se, então, a discutir a respeito do altar dos holocaustos que fora profanado, 45 e tiveram a idéia de destruí-lo. Assim não ficariam envergonhados pelo fato de os pagãos o terem profanado. Demoliram o altar, 46 e puseram as pedras no monte do Templo, num lugar conveniente, até que aparecesse um profeta e resolvesse o caso. 47 Então pegaram pedras brutas, conforme manda a Lei, e com elas construíram um altar novo, igual ao anterior. 48 Restauraram o Templo e consagraram a parte interna do santuário e os pátios. 49 Fizeram novos objetos de culto, e colocaram dentro do Templo o candelabro, o altar do incenso e a mesa. 50 Queimaram incenso sobre o altar e acenderam as lâmpadas do candelabro, para que iluminassem o Templo. 51 Colocaram os pães em ordem sobre a mesa, penduraram as cortinas e deram por terminado todo o trabalho.

52 Na madrugada do dia vinte e cinco do nono mês, chamado Casleu, do ano cento e quarenta e oito, 53 ofereceram um sacrifício de acordo com a Lei, sobre o novo altar dos holocaustos que tinham construído. 54 Exatamente no mesmo dia e mês em que os pagãos o tinham profanado, o altar foi consagrado em meio a cânticos e música ao som de cítaras, harpas e címbalos. 55 Todo o povo se prostrou por terra, adorando e louvando a Deus, que lhes tinha dado sucesso. 56 Celebraram a consagração do altar durante oito dias, oferecendo alegremente holocaustos com sacrifícios de comunhão e ação de graças. 57 Enfeitaram a fachada do Templo com coroas douradas e escudos. Consagraram os portais e os aposentos, onde colocaram portas. 58 A alegria do povo foi muito grande. Assim estava cancelada a afronta imposta pelos pagãos. 59 Judas, com seus irmãos e toda a assembléia de Israel, determinou que se comemorasse anualmente a nova consagração do altar, com festas solenes durante oito dias, a partir do dia vinte e cinco do mês de Casleu.

60 Nessa ocasião, construíram, em volta do monte Sião, muralhas altas com torres bem fortes, para que os pagãos nunca mais entrassem e as destruíssem, como haviam feito antes. 61 Judas deixou aí um destacamento, para defender o monte. Também fortificou Betsur, para que o povo ficasse protegido contra a Iduméia.




* 4,1-27: O que sustenta a luta popular é a lembrança ativa das antigas vitórias do povo. Por outro lado, embora a luta dependa da ação de Deus, ela não dispensa o discernimento humano.



* 28-35: A luta desigual relembra agora o confronto entre Davi e Golias.



* 36-61: Jerusalém e o Templo são símbolos da libertação do povo. A purificação do Templo é feita para eliminar a presença e ação do opressor, que procura perverter a alma do povo (as pedras do v. 43 eram as do altar edificado a Júpiter - cf. 1,54). Nasce a festa da Hanucá ou Dedicação, celebrada com muitas luzes e alegria, e cujos ecos vamos encontrar em Jo 10,22.






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