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Bíblia Sagrada - Edição Pastoral
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III. O REINO DIVIDIDO

Revolta aprovada por Javé -* 1 Roboão foi para Siquém, pois todo o Israel para aí se havia dirigido, a fim de proclamá-lo rei. 2 Jeroboão, filho de Nabat, soube da notícia quando ainda estava no Egito, porque havia fugido do rei Salomão e morava no Egito. 3 Mandaram chamar Jeroboão, e ele também foi com toda a assembléia de Israel. Então disseram a Roboão: 4 «Seu pai nos impôs um fardo pesado. Se você nos aliviar da dura escravidão e do fardo pesado que ele nos impôs, nós serviremos a você». 5 Roboão respondeu: «Vão e voltem ao meu encontro daqui a três dias». Então o povo se dispersou.

6 O rei Roboão pediu conselho aos anciãos que serviam a seu pai Salomão, quando este ainda vivia. E lhes perguntou: «Como é que vocês me aconselham a responder para esse povo7 Eles disseram: «Se hoje você se colocar a serviço desse povo, se você o servir, e se você responder para eles com boas palavras, então eles se colocarão para sempre a seu serviço». 8 Roboão, porém, desprezou o conselho dos anciãos e foi aconselhar-se com os jovens que haviam crescido junto com ele e que o serviam. 9 E lhes perguntou: «O que é que vocês me aconselham a responder para esse povo que me disse: ‘Alivie-nos do jugo que seu pai nos impôs’?» 10 Os jovens, que haviam crescido com ele, disseram: «Para esse povo que falou: ‘Seu pai tornou pesado o nosso fardo; alivie esse fardo que pesa sobre nós’, você responderá: ‘Meu dedo mínimo é mais grosso do que a cintura de meu pai. 11 Meu pai colocou sobre vocês um fardo pesado, mas eu aumentarei ainda mais esse fardo. Meu pai castigou vocês com chicotes, e eu castigarei vocês com ferrões’ «.

12 Como o rei lhes havia dito que voltassem depois de três dias, Jeroboão e todo o povo foram ao encontro de Roboão no terceiro dia. 13 O rei então respondeu duramente ao povo. Desprezando o conselho que os anciãos lhe haviam dado, 14 falou conforme o conselho dos jovens: «Meu pai colocou sobre vocês um fardo pesado. Pois bem! Eu aumentarei sobre vocês esse fardo! Meu pai castigou vocês com chicotes, e eu castigarei vocês com ferrões». 15 O rei não deu ouvidos ao povo. Foi a maneira usada por Javé para realizar o que dissera a Jeroboão, filho de Nabat, por meio de Aías de Silo. 16 Todo o Israel viu que o rei não lhe dava atenção. Por isso o povo retrucou: «O que temos nós com Davi? Não temos herança com o filho de Jessé. Volte para as suas tendas, Israel. Agora, cuide de sua casa, Davi!» E daí Israel voltou para as suas tendas.

17 Quanto aos israelitas que moravam nas cidades de Judá, continuaram submetidos a Roboão. 18 Então o rei Roboão enviou Adoniram, chefe dos trabalhos forçados, mas todo o Israel o apedrejou, e ele morreu. O rei Roboão conseguiu subir no seu carro e fugiu para Jerusalém. 19 E Israel se revoltou contra a casa de Davi, até o dia de hoje.

20 Ao saber que Jeroboão tinha voltado, mandaram chamá-lo para a assembléia, e o proclamaram rei sobre todo o Israel. Somente a tribo de Judá seguiu a casa de Davi. 21 Roboão foi para Jerusalém e reuniu toda a casa de Judá e a tribo de Benjamim: cento e oitenta mil guerreiros. Era para lutar contra a casa de Israel e restituir o reino a Roboão, filho de Salomão.

22 Então a palavra de Deus foi dirigida a Semeías, homem de Deus: 23 «Diga a Roboão, filho de Salomão, rei de Judá, a toda a casa de Judá e de Benjamim, e ao resto do povo: 24 Assim diz Javé: Não subam para lutar contra seus irmãos israelitas. Volte cada um para a sua casa, porque tudo o que aconteceu foi por minha decisão’ «. Eles obedeceram à palavra de Javé e regressaram, conforme a palavra de Javé.

Nova identidade político-religiosa -* 25 Jeroboão fortificou Siquém, na região montanhosa de Efraim, e aí residiu. Depois saiu daí e fortificou Fanuel. 26 Jeroboão pensou: «Agora o reino poderá voltar para a casa de Davi. 27 Se este povo for oferecer sacrifícios no Templo de Javé em Jerusalém, o seu coração se voltará para o seu senhor Roboão, rei de Judá. Eles acabarão me matando e voltando para Roboão, rei de Judá». 28 Então Jeroboão teve a idéia de fazer dois bezerros de ouro. E disse ao povo: «Vocês foram demais a Jerusalém. Israel, aqui está o seu Deus, aquele que tirou você da terra do Egito». 29 Colocou um dos bezerros em Betel e instalou o outro em . Isso foi causa de pecado. 30 O povo foi em procissão diante do bezerro até .

31 Jeroboão fez santuários nos lugares altos, e estabeleceu como sacerdotes pessoas tiradas do povo, que não eram levitas. 32 Jeroboão celebrou também uma festa no dia quinze do oitavo mês, como se celebrava em Judá, e subiu ao altar. Fez isso em Betel, para oferecer sacrifícios aos bezerros que tinha fabricado, e estabeleceu em Betel sacerdotes dos lugares altos que ele mesmo havia instituído. 33 Subiu ao altar que tinha feito em Betel no dia quinze do oitavo mês, data que escolheu arbitrariamente. Ele instituiu uma festa para os israelitas e subiu ao altar para queimar incenso.




* 12,1-24: É um momento crucial na história de Israel: as tribos se dividem, e a ruptura nunca mais vai ser curada. O povo do Norte, explorado e oprimido por Salomão, pede que o novo rei alivie o fardo. Os anciãos, depositários da experiência popular, relembram ao jovem rei que é função da autoridade servir ao povo e ouvir o seu clamor. Os jovens da corte, porém, aconselham o contrário: aumentar a exploração e opressão, para não perder a autoridade sobre o povo. Roboão segue o último conselho, e acaba perdendo o povo, ao violar o requisito básico para ser autoridade justa: saber escutar o povo (cf. nota em 1Rs 3,4-15). Diante de uma autoridade que não o escuta, cedo ou tarde o povo acaba se revoltando e declarando: «Não temos nada com você».

E Javé, de que lado está? Ele vê a exploração e a opressão, e ouve o clamor do seu povo (cf. Ex 3,7). O v. 24 deixa bem claro que Javé aprova a revolta do povo contra uma autoridade injusta.



* 25-33: Jeroboão procura dar nova identidade político-religiosa para as tribos do Norte. Para isso, muda o calendário, os lugares de culto, a data das festas, e institui o sacerdócio não levítico, tudo para impedir o povo de freqüentar Jerusalém e voltar para Roboão. Os santuários de Betel e Dã, ao Sul e ao Norte, criam a delimitação religiosa para as tribos do Norte. Os bezerros de ouro não são deuses estrangeiros, mas representações ou símbolos da presença e poder de Javé. Equivalem à arca com os querubins que estavam no Templo de Jerusalém.






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