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Bíblia Sagrada - Edição Pastoral
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4. A natureza participa da libertação

As duas faces da ação de Deus -* 1 Por isso, os egípcios foram justamente castigados com seres semelhantes e atormentados por numerosos animaizinhos. 2 Em vez de tal castigo, tu beneficiaste o teu povo e, para lhe satisfazer o intenso apetite, tu lhe trouxeste codornizes, alimento extraordinário. 3 Desse modo, enquanto os egípcios ficavam famintos e perdiam o apetite natural, enojados com os bichos que lhes tinhas enviado, as pessoas do teu povo, depois de passarem um pouco de necessidade, repartiam entre si um alimento extraordinário. 4 De fato, era preciso que os opressores sofressem carestia inevitável. Ao teu povo, porém, bastava que lhe fosse mostrado como os inimigos estavam sendo atormentados.

Castigo que educa -* 5 Quando caiu sobre eles a fúria terrível das feras, e morriam mordidos por serpentes tortuosas, tua cólera não durou até o fim. 6 Foram assustados por pouco tempo e como correção, mas receberam um sinal de salvação, para lhes recordar o mandamento da tua Lei. 7 Quem se voltava para o sinal era salvo, não pelo que via, mas graças a ti, o Salvador de todos.

8 Desse modo, convenceste os nossos inimigos de que és tu quem livra de todo o mal. 9 Porque eles morreram com as picadas de gafanhotos e moscas, e não houve remédio que os salvasse, pois mereciam ser assim castigados. 10 Quanto aos teus filhos, nem mesmo as presas de serpentes venenosas conseguiram vencê-los, porque a tua misericórdia interveio e os salvou. 11 Para que se lembrassem de tuas palavras, eram mordidos e logo depois curados, para não caírem no profundo esquecimento e serem excluídos de teus benefícios. 12 Não foi erva nem ungüento que os curou, e sim a tua palavra, Senhor, que cura todas as coisas. 13 Sim, porque tu tens poder sobre a vida e a morte, e fazes descer às portas do reino dos mortos, e de lá subir. 14 O homem, na sua maldade, pode matar, mas não é capaz de fazer voltar o espírito que se exalou, nem libertar a alma que foi recolhida no reino dos mortos.

A natureza serve ao projeto de Deus -* 15 É impossível escapar de tua mão. 16 Os injustos recusavam reconhecer-te, e tu os açoitaste com a força do teu braço: foram perseguidos com chuvas estranhas, granizo, tempestades violentas, e devorados pelo fogo. 17 O mais surpreendente foi que, na água que apaga tudo, o fogo ardia mais ainda. É que o universo é aliado dos justos. 18 Às vezes, a chama se abrandava para não queimar os animais enviados contra os injustos. Desse modo, eles podiam ver e compreender que estavam sendo perseguidos pelo julgamento de Deus. 19 Outras vezes, mesmo dentro da água, a chama ardia mais forte do que o fogo, para destruir os produtos de uma terra injusta. 20 Ao teu povo acontecia o contrário: tu o alimentavas com alimento de anjos, oferecendo-lhe do céu o pão preparado, que proporcionava todos os sabores e satisfazia o gosto de todos. 21 Esse alimento mostrava a tua doçura para com os teus filhos. Ele se adaptava ao gosto de quem o comia e se transformava naquilo que cada um desejava.

22 A neve e o gelo resistiam ao fogo, sem se derreter. Desse modo, tornou-se claro que o fogo, ardendo no meio do granizo e relampejando no meio da chuva, destruía os frutos dos inimigos. 23 O mesmo fogo, porém, noutra ocasião, esquecia a própria força, para que os justos pudessem alimentar-se. 24 De fato, a criação obedece a ti, seu Criador: ela se inflama para punir os injustos, e se abranda para beneficiar os que em ti confiam. 25 Ela também se revestia de todas as formas, colocando-se a serviço da tua bondade, que a todos alimenta, conforme o desejo de quem está em necessidade. 26 Dessa forma, Senhor, os teus filhos queridos aprenderam que não é a produção de frutos que alimenta o homem, mas é a tua palavra que sustenta os que acreditam em ti. 27 Pois aquilo que o fogo não devorava, logo se derretia ao calor de um raio de sol. 28 Desse modo, eles ficaram sabendo que é preciso levantar-se antes do sol para te agradecer, e invocar-te desde o raiar do dia. 29 Ficaram também sabendo que a esperança do ingrato se derrete como a geada de inverno, e se espalha como água que não é utilizada.




* 1-4: Deus age na história provocando discernimento sobre a consciência e a vida. O mesmo tipo de ação torna-se castigo para o opressor e libertação para o oprimido. O texto se refere a Ex 7,26; 8,11; 16,1-36.



* 16,5-14: Releitura de Ex 8,12-28; 10,1-20 e Nm 21,4-9. Os erros cometidos pelo povo de Deus são logo castigados com finalidade pedagógica: reconhecer o erro e converter-se, voltando novamente à fidelidade. Os erros cometidos pelos opressores, porém, são fatais.



* 15-29: Relembra a praga da chuva de pedras (Ex 9,24-25) e o maná (Ex 16). O autor medita livremente os fatos, mostrando que a natureza serve ao projeto do Deus libertador, que castiga os injustos e se alia aos justos. Paulo dirá que a criação toda geme e sofre as dores de parto até agora... esperando com impaciência a manifestação dos filhos de Deus (Rm 8,19.22). Quando, por ganância, os homens desrespeitam a natureza, esta se vinga duramente. Ela foi criada para servir ao projeto do Deus que quer a vida. Por isso, usada com respeito e justiça, ela recompensa a todos com vida em abundância.






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