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Bíblia Sagrada - Edição Pastoral
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O sucesso resolve? -* 1 Então pensei: «Vamos! Vou fazer você experimentar a alegria e conhecer o prazerMas concluí que também isso é fugaz. 2 Do riso, eu disse: «Tolice!» E da alegria: «Para que serve

3 Então decidi entregar-me à bebida, nessa minha busca da sabedoria, e entregar-me à insensatez, para descobrir o que convém ao homem fazer debaixo do céu, no curto tempo da vida.

4 Realizei grandes obras: construí palácios para mim, plantei vinhas, 5 fiz jardins e pomares com todo tipo de árvores, 6 e construí reservatórios de água para regar as árvores do pomar. 7 Comprei escravos e escravas, e tive muitos criados nascidos na minha casa. Possuí muitos rebanhos de vacas e ovelhas, mais do que todos os que reinaram em Jerusalém antes de mim. 8 Acumulei prata e ouro, e tesouros de reis e províncias. Arranjei cantores e cantoras e - delícia dos homens - princesas em grande número.

9 Dessa forma, fiquei maior e mais poderoso do que todos os que reinaram em Jerusalém antes de mim, sempre conservando a minha sabedoria. 10 Não recusei nada do que os meus olhos pediam, e nunca privei o meu coração de nenhum prazer. Sabia desfrutar de todo o meu trabalho, e em todo o meu trabalho foi esta a minha porção.

11 Então examinei todas as obras que havia feito e o trabalho que elas tinham custado para mim. E concluí que tudo é fugaz e uma corrida atrás do vento, e que não nada de permanente debaixo do sol. 12 Depois examinei a sabedoria, a tolice e a insensatez, pensando: «O que fará o rei que virá depois de mim?» Fará o que foi feito. 13 Então percebi que a vantagem da sabedoria sobre a insensatez é a vantagem da luz sobre as trevas. 14 O sábio tem os olhos abertos, e o insensato caminha na escuridão. Mas logo notei que ambos têm o mesmo destino.

15 Então pensei: «Vou ter o mesmo destino que o insensato! Para que me tornei sábio?» E concluí que também isso é fugaz. 16 De fato, a lembrança do sábio desaparece para sempre, como a do insensato. Bem logo tudo ficará esquecido: o sábio morre da mesma forma que o insensato.

Trabalhar para quem não trabalha? -* 17 Fiquei com ódio da vida, porque tudo o que se faz debaixo do sol me desagradou. Tudo é fugaz, uma corrida atrás do vento. 18 Detesto todo o trabalho com que me afadigo debaixo do sol, porque devo deixar tudo para o homem que virá depois de mim. 19 E quem sabe se ele será sábio ou insensato? De qualquer modo, ele será dono de tudo o que eu fiz debaixo do sol com a minha fadiga e sabedoria. Também isso é fugaz. 20 Então fiquei com o coração desesperado por causa de todo o trabalho com que me afadiguei debaixo do sol. 21 De fato, quem trabalhe com sabedoria, conhecimento e sucesso. E depois tem que deixar seus bens para outro que com nada se afadigou. Também isso é coisa fugaz e grande mal.

22 Então, que proveito resta para o homem de todo o trabalho e esforço mental com que se afadigou debaixo do sol? 23 Sim, os seus dias todos são dolorosos, a sua tarefa é penosa, e até de noite ele não pode repousar. Também isso é fugaz!

A felicidade é usufruir o fruto do próprio trabalho -* 24 Vejam: a felicidade do homem está em comer e beber, desfrutando o produto do seu trabalho. Contudo, percebo que também isso vem das mãos de Deus. 25 De fato, quem pode comer e beber, sem que isso lhe venha de Deus? 26 A quem lhe agrada, Deus concede sabedoria, conhecimento e alegria. Mas ao pecador Deus impõe a pena de ajuntar e acumular para quem agrada a Deus. Mas também isso é fugaz e uma corrida atrás do vento.




* 2,1-16: Eis o quadro de como se imagina uma pessoa feliz e realizada: sucesso, grandes obras, prazeres, dinheiro, saber e poder. No entanto, a morte nivela todo mundo. O único ponto positivo consiste em desfrutar do próprio trabalho (v. 10).



* 17-23: Há quem pense que o muito trabalho poderá assegurar felicidade e realização. Porém, de que vale fatigar-se para acumular coisas que a própria pessoa não conseguirá desfrutar? No fim, tudo fica para outros que, em geral, não fizeram esforço nenhum.



* 24-26: Pensamento-chave de todo o livro: a felicidade e a realização humana estão em trabalhar e usufruir o fruto do próprio trabalho. Esse é o grande dom de Deus, que o homem conquista pelo trabalho, a fim de satisfazer as necessidades de uma vida digna. Contudo, se o fruto do trabalho for desviado ou roubado através de salário injusto, temos a frustração e a infelicidade da pessoa, e, ao mesmo tempo, um roubo do dom de Deus. Aqui o autor abre o horizonte da justiça: não adianta roubar para acumular, porque Deus inverterá a situação, fazendo o pecador devolver o que de direito pertence a outros.






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