Seminário “Educação Integral x Escola em Tempo Integral” promove diálogo intersetorial sobre o papel da Assistência Social na educação integral

20/05/2025

Por Comunicação PAULUS Social

No dia 12 de maio, a PAULUS Social, em parceria com o Fórum de Assistência Social da Cidade de São Paulo – FAS SP Oficial, realizou na cidade de São Paulo o Seminário “Educação Integral x Escola em Tempo Integral”, na Faculdade PAULUS de Comunicação – FAPCOM.

A proposta do seminário nasceu de reuniões de rede entre Assistência Social, Saúde e Educação, em que emergiu a necessidade de se debater o papel do SUAS na garantia de uma educação integral que dialogue com as necessidades de cada território e que respeite os direitos da criança e do adolescente à convivência familiar e comunitária.

Importante dizer que o Seminário foi construído com a participação de todas as representações e, com um mês de antecedência, o Fórum reuniu em roda de conversa virtual 210 crianças e adolescentes e 74 trabalhadores de Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV de São Paulo e Campinas para uma escuta ativa dos usuários em relação à implantação das escolas em tempo integral nos territórios.

O encontro propiciou um diálogo profundo sobre dois conceitos que, embora relacionados, possuem sentidos distintos: Educação Integral como um processo formativo que contempla todas as dimensões do ser humano, e Escola em Tempo Integral como estratégia de ampliação da jornada escolar — que só se torna efetiva quando construída em diálogo com os territórios e com a comunidade.

O evento reuniu centenas de pessoas, entre trabalhadores do SUAS, usuários, representantes de organizações da sociedade civil e do poder público da capital paulista, Campinas, São Roque, Barueri, Osasco, Guarulhos, São Bernardo do Campo, Santo André e Diadema, que compareceram para refletir coletivamente sobre os rumos da educação e da proteção social no Brasil.

Os trabalhos foram iniciados com a participação dos adolescentes e jovens atendidos pelo Centro PAULUS de Convivência da Vila Mariana, além da apresentação do documentário O Santo Poeta, que resulta de um percurso desenvolvido no Serviço, e que conta a história de um jovem que sonhava em ser poeta. A presença dos conviventes foi fundamental para esclarecer o trabalho desenvolvido no SCFV, sendo essencial para o andamento do encontro.

A mediação do seminário foi conduzida por Carlos Alberto Júnior – Churras, palestrante, comunicador social, especialista em gestão de políticas sociais e ex-conselheiro municipal dos direitos da criança e do adolescente.

Para compor a mesa de abertura, contamos com a participação do coordenador da PAULUS Social, Alessandro Tiezzi, o diretor do Espaço Público do Aprender Social – ESPASO, Alexandre Isaac, a conselheira estadual de Assistência Social, Regina Paixão, o representante da executiva do FAS, Allan Carvalho, a conselheira municipal de Assistência Social, Ana Paula Ruiz, o conselheiro municipal dos direitos da criança e do adolescente, Marcos Muniz e a representante dos cidadãos-usuários dos Serviços de Assistência Social, a adolescente Anabelle.

Anabelle teve uma bonita fala em relação ao serviço que frequenta, ilustrando com seu relato pessoal, pois chegou a São Paulo há pouco tempo e no Centro de Desenvolvimento Social e Produtivo -CEDESP encontrou um local de acolhimento e aprendizagem, concluindo que acredita que os jovens precisam de locais que possam ajudá-los a serem inseridos no mercado de trabalho.

O seminário apresentou painéis expositivos e contou com a facilitação de mulheres que são referência no SUAS e na Educação Integral, a saber:
No painel I, a doutora em Serviço Social, Políticas Sociais e Movimentos Sociais pela PUC-SP, Abigail Torres, falou, em um vídeo gravado para este encontro, sobre a Concepção de Convivência e o papel do SUAS na proteção social básica. Abigail trouxe informações importantes de como se dá o SCFV em âmbito nacional e qual a importância desse serviço, que tem o maior público na oferta de atendimento.

A doutora em Ciências Sociais pela PUC-SP, Carolina Teixeira Nakagawa, trouxe dados importantíssimos para pensarmos como se dá o SUAS e a Educação Integral na cidade de São Paulo, no Painel II. Ela abordou questões como o perfil do público atendido, o número de famílias com crianças e adolescentes cadastradas no CadÚnico, a quantidade de crianças e adolescentes com deficiência inseridos em escolas de tempo integral, e a distribuição de SCFV na cidade de São Paulo. Carolina explicou sobre a cidadania mutilada demonstrando, por meio de dados estatísticos, a realidade do não acesso a direitos sociais, evidenciando que crianças e adolescentes da cidade de São Paulo não têm atendimento integral na Educação, tampouco na Assistência Social, com índices alarmantemente baixos de implantação de Serviços da Proteção Básica nos últimos 20 anos.

No painel III, a doutoranda em Educação pela USP, Julia Dietrich, apresentou um panorama da Educação em tempo Integral no Brasil, passando pelo número de horas de atendimento, a estrutura física dos espaços, orçamento e a necessidade de diálogo com as outras políticas.

Fechando as apresentações, a mestra em Serviço Social pela PUC-SP Samara Xavier trouxe no Painel IV a complementariedade das políticas e a impossibilidade de se ter uma educação integral de qualidade sem diálogo com as políticas de assistência social, esporte, cultura, saúde, trabalho e renda. Samara enfatizou também sobre os desafios e as potencialidades da articulação nos territórios.

O evento foi concluído com ampla interação entre o público e as palestrantes, garantindo um momento de perguntas e reflexões. Parte dos presentes, manifestou publicamente elogios à iniciativa dos organizadores do seminário na perspectiva do reconhecimento de sua pertinência.

A PAULUS Social agradece ao FAS-SP pela parceria, à FAPCOM pela acolhida e a todos os participantes que contribuíram para tornar este momento tão significativo.

O Programa de Assessoramento da PAULUS Social é realizado por meio de ações estruturadas para dialogar e construir coletivamente soluções para as principais demandas da política de Assistência Social no Brasil.