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Bíblia Sagrada - Edição Pastoral
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17 *

5. O grande Dia da consumação final.

O mistério do mal -* 1 Um dos Anjos das sete taças veio me convidar: «Venha! Vou lhe mostrar como será julgada a grande prostituta, que está sentada à beira de muitas águas. 2 Os reis da terra se prostituíram com ela. Os habitantes da terra ficaram bêbados com o vinho da sua prostituição. 3 E o Anjo me levou em espírito até o deserto. Aí eu vi uma mulher sentada sobre uma Besta de cor escarlate, cheia de títulos blasfemos. A Besta tinha sete cabeças e dez chifres. 4 A mulher usava vestido cor de púrpura e escarlate. Estava toda enfeitada de ouro, pedras preciosas e pérolas. Tinha na mão um cálice de ouro cheio de abominações, que são as impurezas de sua prostituição. 5 Na fronte da mulher estava escrito um nome misterioso: «Babilônia, a Grande, a mãe das prostitutas e das abominações da terra6 Reparei que a mulher estava embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus.

Explicação do mistério do mal -* Vendo a mulher, fiquei profundamente admirado. 7 O Anjo, porém, me disse: «Por que você está admirado? Vou explicar-lhe o mistério da mulher e da Besta com sete cabeças e dez chifres que carrega a mulher. 8 A Besta que você viu, existia, mas não existe mais. Ela está para subir do Abismo, porém caminha para a perdição. Os habitantes da terra vão ficar admirados ao verem a Besta. São esses que desde a fundação do mundo não têm seu nome escrito no livro da vida. Ficarão admirados porque a Besta existia, não existe mais, mas vai aparecer de novo.

9* Aqui é preciso ter inteligência para entender: as sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada. São também sete reis. 10 Cinco caíram, um existe, e o outro ainda não veio; mas, quando vier, ficará por pouco tempo. 11 A Besta que existia e não existe mais, ela mesma é o oitavo rei, e é também um dos sete, mas caminha para a perdição. 12* Os dez chifres que você viu são dez reis, que ainda não receberam um reino. Estes, porém, receberão autoridade como reis por uma hora apenas, juntamente com a Besta. 13 Esses reis pensam a mesma coisa: entregar o poder e a autoridade para a Besta. 14 Todos juntos farão guerra contra o Cordeiro. Mas o Cordeiro os vencerá, porque o Cordeiro é Senhor dos senhores e Rei dos reis. E com ele, vencerão também os chamados, os escolhidos e os fiéis

15 O Anjo continuou a me explicar: «Você viu aquela prostituta que está sentada perto de muitas águas. Essas águas são povos, multidões, nações e línguas diversas. 16* Os dez chifres que você viu, juntamente com a Besta, começarão a odiar aquela prostituta, a despojarão e a deixarão nua. Comerão suas carnes e a queimarão. 17 Pois Deus colocou no coração deles o desejo de realizarem o seu próprio plano: vão entregar sua realeza à Besta, até que as palavras de Deus estejam cumpridas. 18 Essa mulher que você viu é a Grande Cidade que está reinando sobre os reis da terra».




* 17-19: João mostra que o julgamento realizado pelo anúncio do Evangelho faz aparecer a verdade; e esse julgamento tem dois aspectos: - negativo: desvenda o mistério do mal que domina as cidades, e apresenta a destruição dele (17-18); - positivo: mostra que a história caminha para a vitória do Ressuscitado. Cristo realiza a comunhão dos homens com Deus: nisto consiste o Reino (casamento do Cordeiro: Ap 19).



* 17,1-6: A prostituta é símbolo de uma cidade idolátrica. Na época, trata-se de Roma, aqui apresentada como Babilônia, a capital da idolatria e do vício. Ela está sentada sobre a Besta escarlate, a cor do triunfo para os romanos. Os nomes blasfematórios são títulos divinos com que o imperador assegura o próprio poder. A aparência da prostituta é suntuosa (vestes, jóias), e o que ela tem a oferecer é a idolatria (prostituição) e os vícios (degradação humana, valores relativos apresentados como absolutos). Seu crime supremo é perseguir e matar todos aqueles que não aceitam adorar o poder político absoluto, nem se enganam com as propagandas ideológicas.



* 6-8: A visão das cidades, com sua aparência de riqueza e poder, é maravilhosa e hipnotiza, provocando a alienação que faz adorar a Besta. Por isso, é preciso ter senso crítico diante da realidade. A descrição da Besta lembra o título de Deus, mas ela vem do nada e caminha para o nada. O autor se refere à decadência do império romano sob Nero, e o seu ressurgimento com Vespasiano, e também a maldade de Nero que revive em Domiciano.



* 9-11: As sete cabeças são as sete colinas de Roma. São também sete reis, isto é, imperadores do séc. I. Deles já caíram cinco: Augusto, Tibério, Calígula, Cláudio e Nero. Um existe (Vespasiano), e o outro durará pouco (Tito, que reinou só dois anos). A Besta é o oitavo (Domiciano) e, ao mesmo tempo, é um dos sete, ou seja, o imperador Domiciano que agora persegue os cristãos, reencarnando a crueldade de Nero.



* 12-15: Os dez chifres são os países dominados por Roma, unidos a ela para lutarem contra Cristo, que os vencerá juntamente com seus discípulos. As águas são as multidões seduzidas pelo absolutismo romano.



* 16-18: O julgamento se realiza através da luta entre as nações que buscam o poder. Os dominados se revoltam e destroem o dominador.






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