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Bíblia Sagrada - Edição Pastoral
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3. O julgamento da idolatria

As criaturas testemunham o Criador -* 1 São naturalmente insensatos todos os homens que ignoram a Deus e que, através dos bens visíveis, não chegam a reconhecer Aquele que existe. Consideram as obras, mas não reconhecem o seu Artífice. 2 E acabam considerando, como deuses e governadores do mundo, o fogo, ou o vento, ou a brisa fugaz, ou o firmamento estrelado, ou a água impetuosa, ou ainda os luzeiros do céu. 3 Se ficam fascinados com a beleza dessas coisas, a ponto de tomá-las como deuses, reconheçam o quanto está acima delas o Senhor, pois foi o autor da beleza quem as criou. 4 Se ficam maravilhados com o poder e atividade dessas coisas, pensem então quanto mais poderoso é Aquele que as formou. 5 Sim, porque a grandeza e a beleza das criaturas fazem, por comparação, contemplar o Autor delas.

6 Esses, porém, merecem repreensão menor, porque talvez se tenham extraviado procurando a Deus e querendo encontrá-lo. 7 Vivendo no meio das obras dele, procuram pesquisá-las, e a aparência delas os fascina, tanta é a beleza do que se . 8 Contudo, mesmo esses não têm desculpa, 9 porque, se foram capazes de conhecer tanto, a ponto de pesquisar o universo, como não encontraram mais depressa o Senhor do universo?

Inutilidade dos ídolos -* 10 Infelizes também são aqueles que depositam sua esperança em coisas mortas, e que invocam como deuses as obras de mãos humanas: coisas de ouro e prata, trabalhadas com arte, figuras de animais, ou uma pedra sem valor, obra de mão antiga. 11 Um carpinteiro, por exemplo, serra uma árvore fácil de manejar. Depois lhe tira cuidadosamente toda a casca, trabalha a madeira com habilidade e fabrica um móvel, útil para as necessidades da vida. 12 Terminado o trabalho, ele recolhe as sobras da madeira, as emprega para preparar a comida, e se farta. 13 Da sobra de tudo, que não serve para nada, madeira retorcida e cheia de nós, ele a pega e a esculpe nos momentos de lazer. Para se distrair, modela a madeira com capricho, e lhe o formato de um homem, 14 ou então a forma de algum animal desprezível. Depois pinta o ídolo de vermelho e cobre de massa todos os seus defeitos. 15 A seguir, prepara-lhe um nicho digno dele, e o coloca na parede, prendendo-o com um prego. 16 Toma esses cuidados para que não caia, sabendo que o ídolo não pode cuidar de si mesmo: é apenas uma imagem, e precisa de ajuda. 17 Entretanto, logo em seguida lhe dirige orações por seus bens, casamento e filhos, sem se envergonhar de ficar falando com uma coisa sem vida. Para a saúde, invoca o que é frágil. 18 Para a vida, faz súplicas àquilo que é morto. Para um auxílio, pede ajuda àquilo que não tem experiência. Para uma viagem, dirige-se a quem não pode dar um passo. 19 Para seus negócios, trabalhos e sucesso nos empreendimentos, pede forças a quem não tem força nenhuma nas mãos.




* 13,1-15,19: É o mais longo texto bíblico sobre a idolatria. Vivendo em meio aos pagãos de Alexandria, o povo judeu era continuamente tentado a participar dos cultos idolátricos, que faziam parte da própria cultura grega. O autor, criticando essa idolatria inerente ao paganismo, procura preservar a fé no Deus verdadeiro, que age na história para produzir a vida.

13,1-9: Extasiados diante da ordem e a beleza do mundo, os antigos chegaram a divinizar os seres da natureza e os fenômenos do universo. O autor, porém, mostra que estes são apenas testemunhas visíveis do Criador invisível. Israel deu um passo à frente no conhecimento de Deus: demitizou a natureza (cf. nota em Gn 1,1-2,4) e proclamou a presença e ação do Deus vivo, que vai conduzindo a humanidade para a vida.



* 13,10-14,11: Usando antigos textos bíblicos o autor descreve ironicamente a fabricação e uso de ídolos (cf. Is 44,9-17; Jr 10,3-5; Br 6; Sl 115,4-8). A tônica é que os ídolos não podem fazer nada em favor do homem, porque este é que os fabrica. O sucesso dos empreendimentos humanos não deve ser atribuído aos ídolos, mas à providência de Deus, que age apesar dos ídolos.






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