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Bíblia Sagrada - Edição Pastoral
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V. SIMÃO

Assumindo a causa do povo -* 1 Simão ouviu falar que Trifão reunira poderoso exército para devastar a Judéia. 2 Viu que o povo estava apavorado e inquieto. Subiu, então, a Jerusalém, reuniu as tropas 3 e procurou animá-las, dizendo: «Vocês sabem o que eu e meus irmãos, a família do meu pai, fizemos por causa da Lei e do Templo, e conhecem nossas guerras e dificuldades. 4 Todos os meus irmãos morreram pela causa de Israel; sobrei somente eu. 5 Longe de mim, contudo, a idéia de poupar a minha vida, em momento nenhum de tribulação, pois não sou mais do que meus irmãos. 6 Pelo contrário, vingarei o meu povo, o Templo, as mulheres e crianças de vocês, pois todas as nações, movidas pelo ódio, se reuniram para nos esmagar». 7 Ao ouvir essas palavras, todos se encorajaram 8 e gritaram em alta voz: «Você é o nosso comandante no lugar dos seus irmãos Judas e Jônatas! 9 Dirija a nossa guerra, e nós faremos tudo o que você nos mandar». 10 Simão convocou então todos os homens em condições de lutar, mandou terminar a muralha de Jerusalém e fortificar todo o contorno da cidade. 11 Depois enviou Jônatas, filho de Absalão, para Jope, com um grupo considerável. Jônatas expulsou os que estavam ocupando a cidade e nela se estabeleceu.

Morte de Jônatas -* 12 Trifão saiu de Ptolemaida com poderoso exército, a fim de ir à Judéia, levando Jônatas como prisioneiro. 13 Simão tinha acampado em Adida, diante da planície. 14 Ao saber que Simão tinha assumido o lugar do seu irmão Jônatas, e que se preparava para combatê-lo, Trifão mandou mensageiros, com este recado: 15 «Mantemos preso seu irmão Jônatas por causa do dinheiro que ele deve ao tesouro real, pelos cargos que exercia. 16 Mande três toneladas e meia de prata, com dois filhos dele como reféns, para que Jônatas não fique contra nós, quando for libertado. Então nós o soltaremos». 17 Simão percebeu que falavam de . No entanto mandou entregar o dinheiro e as crianças, a fim de não provocar mal-estar entre o povo, 18 que poderiam dizer: «Jônatas morreu porque Simão não mandou o dinheiro, nem os filhos para Trifão». 19 Então ele mandou as crianças e as três toneladas e meia de prata. Trifão, porém, faltou à palavra e não soltou Jônatas. 20 Depois disso, Trifão marchou para invadir e saquear a região, rodeando pelo caminho de Adora. Simão e seu exército o seguiam por toda a parte. 21 Os que estavam na fortaleza enviavam recados a Trifão, solicitando que fosse encontrar-se com eles através do deserto e que lhes mandasse alimentos. 22 Trifão preparou toda a sua cavalaria, mas nessa noite nevou demais. Então ele se afastou da região e foi para Galaad. 23 Quando chegou perto de Bascama, matou Jônatas e aí o enterrou. 24 Em seguida, voltou para a sua terra.

25 Mais tarde, Simão mandou recolher os ossos do seu irmão Jônatas e sepultou-os em Modin, cidade dos seus pais. 26 Todo o Israel chorou muito por ele, e ficou de luto durante muitos dias. 27 Simão construiu um túmulo no lugar onde estavam sepultados seu pai e seus irmãos. Fez um monumento alto, vistoso, com pedras polidas de um lado e do outro. 28 Fez também sete pirâmides voltadas umas para as outras, em memória do seu pai, de sua mãe e de seus quatro irmãos. 29 Para isso construiu adornos artísticos, rodeados de grandes colunas, e colocou armaduras nas colunas para recordação perpétua. Junto das armaduras fez umas figuras de navios, que podiam ser vistas por quem estivesse navegando no mar. 30 Esse túmulo que ele construiu em Modin existe até o dia de hoje.

Independência política -* 31 Trifão agiu com falsidade também com o jovem rei Antíoco, e o mandou matar. 32 Reinou em lugar dele, usou a coroa de rei da Ásia, e acabou provocando enorme desgraça no país. 33 Simão reconstruiu as fortalezas da Judéia, cercou-as de altas torres e grandes muralhas com portões e trancas, e as abasteceu com mantimentos. 34 Depois escolheu alguns homens e mandou-os ao rei Demétrio, para conseguir a isenção de impostos para o país, pois tudo o que Trifão fazia era roubar. 35 O rei Demétrio respondeu-lhe, com esta carta: 36 «Do rei Demétrio ao sumo sacerdote Simão, amigo dos reis, aos anciãos e à nação dos judeus. Saudações! 37 Recebemos a coroa de ouro e a palma que vocês nos mandaram, e estamos prontos para fazer com vocês uma paz duradoura e escrever aos encarregados dos nossos negócios para que isentem vocês de impostos. 38 Continua em vigor o que nós determinamos em favor de vocês. As fortalezas que vocês construíram ficam em seu poder. 39 Perdoamos os erros e falhas que vocês cometeram até a presente data, assim como o imposto real que nos devem. Caso devam alguma contribuição em Jerusalém, isso não será exigido. 40 Se alguns de vocês estiverem dispostos a se alistar em nossa guarda pessoal, venham alistar-se. E reine a paz entre nós!»

41 Corria o ano cento e setenta, quando Israel ficou livre do jugo das outras nações. 42 A partir daí, o povo passou a escrever assim as datas em documentos e contratos: «Ano um de Simão, o Grande, sumo sacerdote, general e chefe dos judeus...»

Solidificando a independência -* 43 Nesses dias, Simão acampou contra Gazara, e com seu exército a cercou. Construiu uma torre móvel, chegou perto da cidade, atacou-lhe uma das torres e conseguiu tomá-la. 44 Os que estavam na torre móvel saltaram para dentro da cidade, provocando grande agitação. 45 Os homens da cidade subiram na muralha com suas mulheres e filhos. Rasgando a roupa, pediam paz a Simão em grandes gritos: 46 «Não nos trates segundo a nossa maldade, mas segundo a sua misericórdia47 Simão não fez mal à população e suspendeu o ataque. Obrigou-os, porém, a sair da cidade e purificou as casas onde havia ídolos. Depois entrou na cidade entre hinos, cânticos e ações de graças. 48 Tirou daí tudo o que havia de impuro, e levou, para residir nesse lugar, gente que praticava a Lei. Fortificou a cidade e aí construiu uma casa para si. 49 O batalhão aquartelado na fortaleza em Jerusalém estava impedido de sair pela vizinhança para comprar ou vender; passavam muita fome e muitos morriam. 50 Eles clamaram a Simão, pedindo que lhes concedesse a paz. Simão concordou, mas expulsou-os daí e purificou a fortaleza de todas as abominações. 51 Os judeus puderam entrar na fortaleza no dia vinte e três do segundo mês do ano cento e setenta e um. Entraram aos gritos e levando ramos, tocando cítaras, címbalos e harpas, entoando hinos e cânticos, pois acabava de ser derrotado o maior inimigo de Israel. 52 Simão determinou que esse dia fosse comemorado todos os anos com muita alegria. Fortificou ainda mais o monte do Templo, ao lado da fortaleza, e ficouresidindo com a sua família. 53 Notando que seu filho João era homem feito, o nomeou comandante de todas as forças militares. E João foi morar em Gazara.




* 13,1-11: Simão, o mais velho dos Macabeus, percebe a gravidade da situação e imediatamente se prontifica a reorganizar o povo para enfrentar Trifão. Os vv. 5-6 mostram que o impulso fundamental dos heróis é dar sua própria vida pela causa do povo.



* 12-30: Impossibilitado de libertar as tropas isoladas na fortaleza de Jerusalém, Trifão se vinga, matando Jônatas.



* 31-42: Pela primeira vez, desde o exílio em Babilônia, a Judéia adquire a independência política e econômica (142 a.C.).



* 43-53: Conseguida a independência, Simão procura agora destruir os focos inimigos, que poderiam ameaçar a Judéia. Gazara era lugar importante, pois controlava o acesso para o mar. E a fortaleza em Jerusalém marcava a presença do dominador na própria cidade santa dos judeus.






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