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Bíblia Sagrada - Edição Pastoral
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4. Conclusão: a verdadeira religião

Creio no Deus que liberta -* 1 Quando você entrar na terra que Javé seu Deus vai lhe dar como herança, quando tomar posse dela e habitar aí, 2 pegue os primeiros frutos que você recolher da terra que Javé seu Deus vai lhe dar, coloque-os num cesto e ao lugar que Javé seu Deus tiver escolhido para aí fazer habitar o nome dele. 3 ao sacerdote em função nesses dias e diga-lhe: ‘Hoje eu confesso a Javé meu Deus que entrei na terra que Javé tinha jurado a nossos antepassados que nos daria’.

4 O sacerdote receberá o cesto de sua mão, e o colocará diante do altar de Javé seu Deus. 5 Então você, tomando a palavra, dirá diante de Javé seu Deus:

‘Meu pai era um arameu errante: ele desceu ao Egito e aí residiu com poucas pessoas. Depois tornou-se uma nação grande, forte e numerosa. 6 Os egípcios, porém, nos maltrataram e humilharam, impondo uma dura escravidão sobre nós. 7 Clamamos então a Javé, Deus dos nossos antepassados, e Javé ouviu a nossa voz. Ele viu nossa miséria, nosso sofrimento e nossa opressão. 8 E Javé nos tirou do Egito com mão forte e braço estendido, em meio a grande terror, com sinais e prodígios. 9 E nos trouxe a este lugar, dando-nos esta terra: uma terra onde corre leite e mel. 10 Por isso, aqui estou, Javé, com os primeiros frutos da terra que tu me deste’.

E você colocará os primeiros frutos diante de Javé seu Deus e diante de Javé seu Deus se prostrará. 11 Então você se alegrará com todas as coisas boas que Javé seu Deus lhe terá dado, a você e à sua família. E também festejarão com você o levita e o imigrante que vive em seu meio.

Os pobres são o sacramento da presença de Deus -* 12 A cada três anos, no ano dos dízimos, quando você tiver acabado de separar todo dízimo de sua colheita e o tiver dado ao levita, ao imigrante, ao órfão e à viúva, para que comam e fiquem saciados nas suas cidades, 13 você confessará diante de Javé seu Deus:

‘Eu tirei de minha casa o que estava consagrado e o dei ao levita, ao imigrante, ao órfão e à viúva, conforme a ordem que me deste. Não violei nem esqueci os teus mandamentos. 14 Não comi nada disso durante o meu luto, não tirei nada quando estava impuro, e nada ofereci por um morto. Obedeci a Javé meu Deus e agi conforme tudo o que me ordenaste. 15 Inclina-te da tua morada santa, aí do céu, e abençoa o teu povo Israel, como também a terra que nos deste, como juraste aos nossos antepassados, uma terra onde corre leite e mel’.

Religião é aliança e compromisso -* 16 Javé seu Deus ordena hoje que você cumpra esses estatutos e normas. Cuide de colocá-los em prática com todo o seu coração e com toda a sua alma.

17 Hoje você fez Javé declarar que ele seria o seu Deus, com a condição de que você andaria nos caminhos dele, observando seus estatutos, mandamentos e normas, dando assim ouvidos à sua voz. 18 E Javé hoje fez você declarar que seria o seu povo próprio, conforme ele mesmo lhe prometeu, observando todos os mandamentos. 19 Desse modo, ele tornará você superior, em honra, fama e glória, a todas as nações que ele fez. E você será um povo consagrado a Javé seu Deus, conforme ele prometeu».




* 26,1-11: A cada ano, as famílias realizam o seu ritual. Ao mesmo tempo, reconhecem a promessa cumprida e, cheias de gratidão, fazem a oferta dos primeiros frutos da terra, recitando a grande confissão de fé. Trata-se de um «Credo histórico», isto é, uma fé que reconhece o Deus vivo presente e agindo na história do povo. O acontecimento fundante dessa história é o fato de que Javé se aliou a um grupo de escravos para o libertar e lhe dar uma terra, onde poderia organizar uma sociedade alternativa justa e fraterna. Portanto, a fé do povo de Deus é uma atitude eminentemente prática: é um compromisso com o Deus libertador, que organiza o povo, tirando-o da escravidão e dando-lhe a vida. O final da celebração (vv. 10-11) é um grande banquete de confraternização, onde a partilha dos frutos da terra se faz num clima de festa: a maior alegria do povo é celebrar a sua fé no Deus libertador.



* 12-15: Sobre o dízimo trienal, cf. nota em 14,22-29. O verdadeiro culto que Javé quer é a justiça, que se torna concreta na partilha dos bens. Desse modo o culto se torna uma grande instrução, pois ensina o povo a formar uma sociedade onde todos tenham acesso aos bens da vida. O v. 14 supõe o culto a Baal, que morria depois da colheita e ressuscitava na primavera (luto, impureza e morte). Note-se que a oferta a Javé (o que estava consagrado) é recebida pelos deserdados; estes são o sacramento da presença do Deus libertador.



* 16-19: A verdadeira religião consiste em viver em aliança com o Deus do êxodo. A aliança é uma relação de compromisso mútuo. Javé se compromete a ser o Deus do povo, libertando e dando a vida, se o povo puser em prática a sua vontade. Por outro lado, o povo se compromete a ser reconhecido como povo próprio de Deus, se puser em prática a sua vontade. O centro da aliança, portanto, consiste em realizar a vontade de Javé: empenhar-se na luta pela libertação e vida de todos. Assim, o povo de Deus é reconhecido na história como povo sábio, em íntima comunhão com Deus (cf. 4,6-8).






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