Promotores da paz | Paulus Editora

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01/01/2020

Promotores da paz

Por Darlei Zanon

Começamos o ano 2020 cheios de expectativas e esperanças por tantas coisas belas que estão por vir. De modo especial, o Papa nos convida, como todos os anos, a iniciar o ano rezando pela Paz no mundo. Ele quer que “rezemos para que os cristãos, os que seguem outras religiões e as pessoas de boa vontade promovam a paz e a justiça no mundo.”

De fato, desde 1968 os Papas nos convidam a rezar e refletir, no primeiro dia do ano, sobre a Jornada Mundial da Paz. Em 2020 celebramos assim a 53ª jornada. Foi o Papa Paulo VI que quis e instituiu esta celebração. Em dezembro de 1967, durante um discurso por ocasião da solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria (8 de dezembro), Paulo VI propôs que a sociedade, não apenas a Igreja, dedicasse o primeiro dia do ano para festejar e promover a Paz.

O agora santo Paulo VI explicou o seu desejo de modo mais detalhado na sua primeira mensagem enviada a todos os cristãos e de modo especial a todos os chefes de Estado: “Dirigimo-nos a todos os homens de boa vontade, para os exortar a celebrar o «Dia da Paz», em todo o mundo, no primeiro dia do ano civil, 1 de Janeiro de 1968. Desejaríamos que depois, cada ano, esta celebração se viesse a repetir, como augúrio e promessa, no início do calendário que mede e traça o caminho da vida humana no tempo que seja a Paz, com o seu justo e benéfico equilíbrio, a dominar o processar-se da história no futuro.”

O desejo de São Paulo VI foi atendido e a cada ano se repete a Jornada pela Paz, com uma mensagem especial do Sumo Pontífice, que podem ser lidas no site da Santa Sé: www.vatican.va. Nos últimos anos o Papa Francisco tem insistido que a promoção da Paz deve estar ligada à fraternidade (2014), à liberdade (2015), à superação da indiferença (2016), à não-violência (2018) e à política (2019).

É importante recordar também que o Dia mundial da Paz é uma ocasião não só para falar de Paz, mas sobretudo para promover a Paz. Exatamente por isso a mensagem dos Papas não se dirigem apenas aos cristãos, mas a todos os homens e mulheres, de todas as religiões e culturas. Esta era já a intenção inicial de Paulo VI ao instituir esta celebração. Dizia ele na sua primeira mensagem de 1968: “A Igreja católica, com intenção de servir e de dar exemplo, pretende simplesmente «lançar a ideia», com a esperança de que ela venha não só a receber o mais amplo consenso no mundo civil, mas que também encontre por toda a parte muitos promotores, a um tempo avisados e audazes, para poderem imprimir ao «Dia da Paz», a celebrar-se nas calendas de cada novo ano, carácter sincero e forte, de uma humanidade consciente e liberta dos seus tristes e fatais conflitos bélicos, que quer dar à história do mundo um devir mais feliz, ordenado e civil.”

Obviamente o cristão deve dar o exemplo na promoção da Paz, e hoje temos um grande modelo neste processo. O Papa Francisco é atualmente a voz mais forte e mais dura na promoção da paz; a voz mais coerente e de maior autoridade moral, porque ele age concretamente para promover a paz, e não fala apenas teoricamente. Ele é o exemplo que nos pode guiar e iluminar neste exercício necessário de – em todos os lugares, em todas as situações, em todos os momentos, com todas as pessoas – semear a Paz, especialmente no momento histórico de sombras no qual vivemos. Como nos dizia Paulo VI, fazendo referência ao seu predecessor João XXIII e à sua carta encíclica Pacem in terris, de 1963: “É preciso ensinar o mundo a amar a Paz, a construí-la e a defendê-la e, contra as premissas de guerra que continuamente renascem (emulações nacionalistas, armamentos, provocações revolucionárias, ódio de raças, espírito de vingança; etc.) e contra as insídias dum pacifismo táctico, que narcotiza o adversário que se pretende abater; ou faz gradualmente desaparecer nos espíritos o sentido da justiça, do dever e do sacrifício, é preciso despertar, nos homens do nosso tempo e das gerações vindouras, o sentido e o amor da Paz, fundada na verdade, na justiça, na liberdade e no amor.”

Bom ano a todos, e que sejamos todos e sempre promotores da Paz!

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