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Bíblia Sagrada - Edição Pastoral
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ECLESIÁSTICO

 

A PRESERVAÇÃO DA IDENTIDADE DO POVO

Introdução

O nome «Eclesiástico» provém do uso oficial que a Igreja faz desse livro, em contraposição à Sinagoga judaica, que não o aceita como Palavra de Deus. Trata-se de uma obra escrita entre 190-124 a.C. por Jesus Ben Sirac, e chegou até nós graças à tradução grega feita pelo seu neto em 132 a.C.

No início do séc. II a.C., a Palestina passou do domínio dos Ptolomeus (Egito) para o dos Selêucidas (Síria). A fim de unificar o império, exposto a conflitos internos, os selêucidas promoveram uma política de assimilação, e procuraram impor aos povos dominados a cultura, a religião e os costumes gregos - um imperialismo cultural que ameaçava destruir a identidade cultural e religiosa dos dominados. Entre os judeus houve uma corrente disposta a abrir-se ao espírito grego, desejando adaptar o judaísmo a uma civilização mais universal. A isso, todavia, opôs-se uma forte ala, que buscava preservar a identidade e salvaguardar a fé e a vocação de Israel, testemunha do Deus vivo para todas as nações. Ben Sirac escreveu então este livro, uma espécie de longa meditação sobre a fidelidade hebraica. Ele procura reavivar a memória e a consciência histórica do seu povo, a fim de mostrar sua identidade própria e o valor perene de suas tradições. O autor, porém, não é intransigente, pois em seu livro mostra ter já assimilado diversos aspectos da cultura grega, iniciando o caminho de uma síntese que culminará no livro da Sabedoria.

O centro do livro está em Eclo 24, em que o autor identifica a Sabedoria com a Lei de Moisés (24,23). Não se trata das leis (= legislação), e sim dos cinco livros do Pentateuco que, em hebraico, se chamam Torá = Lei. Esta, na visão do autor, constitui a Sabedoria de Israel. Com efeito, a narração toda do Pentateuco mostra a experiência básica de todo homem e de qualquer povo: a sabedoria que nasce da experiência concreta e conduz à vida.

 

 

Prólogo

Recebemos muitos e profundos ensinamentos da Lei, dos Profetas e dos Escritos que vieram depois deles. Por tudo isso, deve-se louvar a Israel como povo instruído e sábio. Não basta que os leitores aprendam, mas também sejam capazes de ajudar os de fora, à viva voz e por escrito. Por isso, meu avô Jesus, depois de se dedicar intensamente à leitura da Lei, dos Profetas e dos outros Livros de nossos antepassados e tendo adquirido um bom domínio sobre eles, decidiu escrever alguma coisa na linha da instrução e sabedoria. Desse modo, os que desejam aprender podem familiarizar-se com isso e progredir sempre mais na conduta segundo a Lei.

Vocês, portanto, estão convidados a ler com atenção e benevolência, perdoando se, apesar do esforço, não consegui traduzir bem algumas expressões. De fato, as coisas expressas originalmente em hebraico não têm a mesma força quando traduzidas para outra língua. Isso acontece também com a Lei, os Profetas e os outros Livros: são muito diferentes na língua original.

No ano trinta e oito do rei Evergetes, fui ao Egito e aí passei uma temporada. Tive boa ocasião para aprender, e achei necessário empenhar meu trabalho e esforço para traduzir este livro. Dediquei então muitas noites em claro e todo o meu conhecimento, para terminar o trabalho e publicar o livro, beneficiando os imigrantes que desejam aprender e estejam dispostos a mudar seus costumes, a fim de viverem segundo a Lei.

 




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