18 de agosto – ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
18 de agosto – ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

ASSUNÇÃO, FRUTO DA FÉ QUE MARIA DEMONSTROU

Estamos acostumados a falar do grande privilégio de Maria. De fato, não há como nos furtar a falar do grande privilégio de ter sido assunta, de ter subido ao céu em corpo e alma. Hoje poderíamos buscar aprofundar-nos nesse caminho bonito, devoto e já bem conhecido de todos, mas nosso objetivo é enfocar algo mais próximo de nosso cotidiano.

Em sua primeira carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo afirma que “o último inimigo a ser destruído é a morte”. Nos dias atuais, com a crescente tensão entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, por exemplo, em um e em outro país haverá quem considere o lado contrário como o derradeiro inimigo a enfrentar e destruir; outros enxergam na grande quantidade de impostos que os cidadãos são obrigados a pagar todo ano o supremo antagonista a ser batido; alguns, ainda, elegerão a precariedade do serviço de saúde pública de nosso país como o maior vilão de nossos tempos. Mas, na verdade, não são esses os últimos inimigos a serem vencidos. Qualquer um desses pode até ser vitorioso, mas o inimigo maior já foi vencido.

É com base nesse ponto que muitos veem no cristianismo uma religião muito difícil de se praticar. Com efeito, quando fazia minha graduação em pedagogia, tinha um amigo que se dizia ateu. E de uma maneira impressionante dava as razões de ser ateu. Razões essas que penso serem sérias. Ele não aceitava o credo cristão porque, a seu ver, a fé cristã promete muito. “É muita coisa que ela oferece a seus adeptos; se fosse uma fé que prometesse algo simples, como um saboroso pote de sorvete em um dia quente, seria fácil ser cristão”. E perguntava: “Como se pode aceitar uma religião que afirma constantemente que a pessoa nunca deixará de existir? Ou que vai vencer a morte?” E concluía assim: “É muita informação para minha cabeça; não consigo acreditar”.

Mal sabe ele que é este o verdadeiro desafio do cristão: acreditar mesmo diante de um mundo onde tudo pareça contrário às palavras e ensinamentos de Jesus. E é aqui que encontramos o sentido da festa da Assunção de Nossa Senhora.

Maria não era uma pessoa que questionava pelo simples gosto de questionar, não era alguém que fizera algum tipo de especialização teórica para ostentar um título. Provavelmente, era uma jovem analfabeta. Mas Maria acreditou! Ela confiou nas palavras do anjo Gabriel, não vacilou.

Dizer que Maria foi assunta, elevada em corpo e alma, ou seja, que subiu ao céus em sua totalidade; que ela é agora plenitude, é vida, é esplendor e nos antecipou, pode ser demais, não cabe em nossa cabeça de intelectuais. Como dizia meu amigo: “É muita promessa”. Realmente, para nosso orgulho, é difícil aceitar que uma mulher simples e provavelmente sem instrução nos supere, nos anteceda em tão grande graça.

Jorge A. Luiz,ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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