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Bíblia Sagrada - Edição Pastoral
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2. Ambigüidade humana e graça de Deus

A origem do mal - 1* A serpente era o mais astuto de todos os animais do campo que Javé Deus havia feito. Ela disse para a mulher: «É verdade que Deus disse que vocês não devem comer de nenhuma árvore do jardim2 A mulher respondeu para a serpente: «Nós podemos comer dos frutos das árvores do jardim. 3 Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: ‘Vocês não comerão dele, nem o tocarão, do contrário vocês vão morrer’ «. 4 Então a serpente disse para a mulher: «De modo nenhum vocês morrerão. 5 Mas Deus sabe que, no dia em que vocês comerem o fruto, os olhos de vocês vão se abrir, e vocês se tornarão como deuses, conhecedores do bem e do mal».

6 Então a mulher viu que a árvore tentava o apetite, era uma delícia para os olhos e desejável para adquirir discernimento. Pegou o fruto e o comeu; depois o deu também ao marido que estava com ela, e também ele comeu. 7 Então abriram-se os olhos dos dois, e eles perceberam que estavam nus. Entrelaçaram folhas de figueira e fizeram tangas.

8 Em seguida, eles ouviram Javé Deus passeando no jardim à brisa do dia. Então o homem e a mulher se esconderam da presença de Javé Deus, entre as árvores do jardim. 9 Javé Deus chamou o homem: «Onde está você10 O homem respondeu: «Ouvi teus passos no jardim: tive medo, porque estou nu, e me escondi». 11 Javé Deus continuou: «E quem lhe disse que você estava nu? Por acaso você comeu da árvore da qual eu lhe tinha proibido comer12 O homem respondeu: «A mulher que me deste por companheira deu-me o fruto, e eu comi». 13 Javé Deus disse para a mulher: «O que foi que você fez?» A mulher respondeu: «A serpente me enganou, e eu comi».

14 Então Javé Deus disse para a serpente: «Por ter feito isso, você é maldita entre todos os animais domésticos e entre todas as feras. Você se arrastará sobre o ventre e comerá todos os dias de sua vida. 15 Eu porei inimizade entre você e a mulher, entre a descendência de você e os descendentes dela. Estes vão lhe esmagar a cabeça, e você ferirá o calcanhar deles».

16 Javé Deus disse então para a mulher: «Vou fazê-la sofrer muito em sua gravidez: entre dores, você dará à luz seus filhos; a paixão vai arrastar você para o marido, e ele a dominará».

17 Javé Deus disse para o homem: « que você deu ouvidos à sua mulher e comeu da árvore cujo fruto eu lhe tinha proibido comer, maldita seja a terra por sua causa. Enquanto você viver, você dela se alimentará com fadiga. 18 A terra produzirá para você espinhos e ervas daninhas, e você comerá a erva dos campos. 19 Você comerá seu pão com o suor do seu rosto, até que volte para a terra, pois dela foi tirado. Você é , e ao voltará».

20 O homem deu à sua mulher o nome de Eva, por ser ela a mãe de todos os que vivem. 21 Javé Deus fez túnicas de pele para o homem e sua mulher, e os vestiu. 22 Depois Javé Deus disse: «O homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal. Que ele, agora, não estenda a mão e colha também da árvore da vida, e coma, e viva para sempre». 23 Então Javé Deus expulsou o homem do jardim de Éden para cultivar o solo de onde fora tirado. 24 Ele expulsou o homem e colocou diante do jardim de Éden os querubins e a espada chamejante, para guardar o caminho da árvore da vida.




* 3,1-24: O texto procura explicar a origem do mal. O centro dessa questão é a pretensão de ser como Deus (v. 5), usurpando o lugar do Deus verdadeiro para tornar-se auto-suficiente, isto é, um falso deus. A auto-suficiência é a mãe de todos os males, que são apenas conseqüência dela. Deus é o Senhor absoluto, e seu projeto é vida e liberdade para todos, no clima de fraternidade e partilha. Quando o homem se torna auto-suficiente, se rebela contra o projeto de Deus e faz o seu próprio projeto: liberdade e vida só para si mesmo. O homem sonha possuir liberdade e vida plenas; porém, na sua auto-suficiência, ele produz o contrário: escravidão e morte. As relações de fraternidade transformam-se em relações de poder e opressão; a relação de partilha transforma-se em exploração, e esta produz a riqueza de poucos e a pobreza de muitos. Desse modo, as relações ficam distorcidas e quebradas, tanto dos homens entre si como dos homens com a natureza. Nesse clima gerado pelo mal, que tende a se multiplicar, o caminho já não leva para a vida, mas para a morte (vv. 22-24). Tudo perdido? Não. Diante do mal gerado pelo homem, Deus promete uma descendência que estará comprometida com o projeto de Deus, projeto este que triunfará sobre todo o mal. O Novo Testamento vê nessa descendência o povo comprometido com Jesus Cristo, que é o supremo revelador e realizador do projeto de Deus.






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